Geithner lança plano de US$ 5 bi para famílias de baixa renda

Além de anunciar plano, secretário do Tesouro negou nova crise imobiliária

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Por DOW JONES e WASHINGTON
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O secretário de Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciou planos para expandir em US$ 5 bilhões um programa de crédito fiscal que tem como objetivo atrair investimentos privados para comunidades de baixa renda no país. "(O programa) Crédito Fiscal para Novos Mercados mostrou-se extraordinariamente eficiente na criação de empregos", disse Geithner em discurso. "Até hoje, mais de US$ 14 bilhões em capital do setor privado foram investidos em um total estimado de 2 mil empresas, dando suporte a aproximadamente 200 mil empregos." O programa prevê crédito fiscal para pessoas físicas e jurídicas que façam determinados investimentos em comunidades de baixa renda. Em maio, o Departamento do Tesouro concedeu US$ 1,5 bilhão em créditos fiscais a unidades do JPMorgan Chase, do Capital One Financial e de 30 outras organizações por meio do programa. Geithner também comemorou o crescimento de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre, embora tenha ressaltado que "um único trimestre de crescimento é apenas o primeiro passo" para a recuperação.IMÓVEISGeithner expressou confiança de que o aprofundamento dos problemas do setor imobiliário comercial não puxará a economia de volta à crise. O setor de imóveis comerciais emergiu como a mais recente preocupação para os bancos e para os técnicos do governo em meio a uma maré de baixas contábeis e de queda dos valores dos ativos que, na avaliação de alguns bancos, não chegará ao pico até meados de 2010. "Acho que a economia pode lidar com isso", afirmou Geithner numa audiência em Chicago ao ser indagado se os imóveis comerciais poderiam reverter a recuperação econômica. Ele reconheceu, porém, que se trata de um problema difícil de ser enfrentado diretamente pelo governo. Em declarações abrangentes no Clube Econômico de Chicago, o secretário do tesouro dos Estados Unidos desafiou os executivos de bancos a recuperar a confiança do consumidor após a crise financeira mundial. No dia em que os dados do PIB mostraram que a economia americana cresceu 3,5% no terceiro trimestre, melhor do que o esperado, ele afirmou que a dependência do setor privado - e das exportações em particular - significa que a recuperação poderá ser mais lenta do que nas crises anteriores, quando a retomada foi liderada pelo consumo. POUPANÇANo entanto, ele saudou a alta da taxa de poupança privada e disse que a crise provocou uma mudança cultural. "Acho que ela vai mudar o comportamento de uma geração de americanos. As pessoas vão olhar mais à frente e desenvolver uma proteção maior", declarou. Geithner descreveu o primeiro trimestre de crescimento econômico em mais de um ano como "amplo e forte", destacando que a recuperação não se apoiou apenas nos incentivos ao setor automotivo e no plano de estímulo do governo. "Pode-se dizer com certeza que o sistema financeiro está estável (e que) a economia se estabilizou." Segundo Geithner, um mix "temporário" de estímulo e cortes de impostos ainda é o único caminho viável para a recuperação, embora os concomitantes déficits orçamentários tenham de ser enfrentados "muito dramaticamente".

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