Gorila Idi Amin morre aos 38 anos em zoológico de BH

Animal foi sedado para que fosse feita coleta de amostras para exames e, durante o procedimento, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória

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Por Marcelo Portela - Agência Estado
Atualização:

BELO HORIZONTE - Principal estrela do Jardim Zoológico de Belo Horizonte, o gorila Idi Amin morreu nesta quarta-feira, 7, aos 38 anos, durante um procedimento para tratamento de saúde. Devido à idade avançada, o animal sofria de uma série de enfermidades, como insuficiência renal crônica e osteoartrite, mas a causa da morte ainda não foi confirmada. O corpo foi submetido à necropsia e o laudo deve ficar pronto em 30 dias.

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Segundo a Fundação Zoo-Botânica (FZB) da capital, responsável pela administração do zoológico, desde o fim do ano passado o animal recebia tratamento para uma ferida no braço esquerdo que "vinha evoluindo satisfatoriamente". Porém, as doenças crônicas que eram controladas há alguns anos passaram a "determinar alterações significativas no metabolismo do animal", provocando anemia severa e desidratação. O quadro se agravou nas últimas semanas e hoje ele foi sedado para que fosse feita hidratação e coleta de amostras para novos exames. Durante o procedimento, o gorila sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Até o ano passado, Idi Amin era o único animal de sua espécie em cativeiro na América do Sul. Em agosto, ele ganhou a companhia de duas fêmeas, Imbi e Kifta, de 11 anos, fornecidas pela Fundação Aspinall, da Inglaterra. De acordo com a FZB, foram registrados ao menos três acasalamentos entre Idi Amin e as fêmeas, mas "sem indícios de gestação".

Idi Amin pertencia à subespécie Gorilla gorilla gorilla, que vive originalmente em florestas tropicais, principalmente da África Central, em regiões baixas e quentes, próximas a rios e alagados. O gorila chegou ao zoológico de Belo Horizonte com dois anos, em 1975, junto com uma fêmea chamada Dada, cedido pelo zoológico francês Saint-Jean-Cap-Ferrat. Dada morreu três anos depois vítima de infecção generalizada. Em 1984, ele recebeu nova companheira, Cleópatra, procedente do zoológico de São Paulo, mas a gorila chegou à capital mineira com desidratação e diarreia e morreu duas semanas depois.

Desde então ele permaneceu solitário até a chegada das fêmeas cedidas pela instituição britânica. De acordo com a FZB, a adaptação entre os animais "foi perfeita desde o primeiro momento". "Idi assumiu o papel de macho dominante e protetor de seu bando e as fêmeas se adaptaram muito bem às condições de manejo do zoo", afirmou a instituição, em comunicado divulgado hoje. Ainda segundo a fundação, durante todo o tempo de tratamento as duas fêmeas "estiveram próximas a ele, apresentando sempre um comportamento natural e carinhoso" e quando havia necessidade de separá-los elas "permaneceram atentas e interessadas em acompanhá-lo mesmo à distância".

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