Governo da Rússia destrói satélite de espionagem

Russos dizem que o descarte já estava programado, mas americanos sugerem que a destruição foi provocada depois de o equipamento apresentar defeito

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Por Agencia Estado
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As Forças Espaciais da Rússia informaram a retirada de operação "prevista" do satélite espião Kosmos-2423, mas fontes americanas asseguram que o aparelho foi destruído por Moscou para proteger informações. "Na sexta-feira passada, o Kosmos-2423 foi retirado da frota de satélites da Rússia", disse um porta-voz da entidade à agência oficial de notícias russa Itar-Tass. No entanto, o Comando Estratégico dos Estados Unidos, citado pela imprensa russa, informou que o aparelho sofreu uma falha e foi destruído para evitar que informações sobre o veículo pudessem ser recuperados por grupos estrangeiros. "O satélite funcionou normalmente durante mais de dois meses e se procedeu às manobras previstas para sua eliminação", ressaltou o porta-voz russo. Antes de ser divulgada a versão dos militares russos, o jornal Kommersant informara que o Kosmos-2423 tinha sido destruído por uma explosão a 800 quilômetros de altitude. Segundo o jornal, restaram 28 fragmentos do satélite após a explosão. Os pedaços maiores se desintegraram nas altas camadas da atmosfera, como detectaram os militares americanos. O Kosmos-2423 foi colocado em órbita em 14 de setembro por um foguete Soyuz-U, lançado da base de Baikonur, na República do Casaquistão, na Ásia Central. Pela órbita em que foi situado, especialistas russos e estrangeiros indicaram que o Kosmos-2423 era um satélite da série Don (Orlets-1), usado pela espionagem militar para obter fotografias de alta resolução. As imagens que o satélite capta voltam à Terra em cápsulas, e, uma vez concluído seu trabalho, é destruído com uma explosão controlada pelos militares russos. Os satélites da classe Don têm uma vida útil de pelo menos quatro meses, mas o Kosmos-2423 permaneceu em órbita pouco mais de 60 dias, o que reforça a tese de que foi destruído antes do tempo.

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