Governo de AL confirma 607 desaparecidos após chuva

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Por FABIANA MARCHEZI E SOLANGE SPIGLIATTI
Atualização:

O governo de Alagoas confirmou na tarde de hoje o desaparecimento de 607 pessoas em razão das chuvas que castigaram o Estado nos últimos dias. De acordo com a Secretaria de Estado da Defesa Social, ao todo, 177.282 pessoas foram afetadas. Destas, 26.141 estão desabrigadas - aquelas que perderam tudo e precisam dos abrigos públicos - e 47.687, desalojadas - as que podem contar com a ajuda de vizinhos e familiares. Ao menos 29 pessoas morreram. Um novo hospital de campanha está sendo instalado no município de Branquinha. O hospital vai disponibilizar dois oficiais médicos bombeiros, dois oficiais médicos policiais militares, quatro médicos e quatro enfermeiros de São Paulo. No local, serão feitos atendimento ambulatoriais, de urgência e emergência.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, cancelaram suas agendas e vão sobrevoar os Estados de Alagoas e Pernambuco, que também foi devastado pelas enchentes. Jobim deverá acompanhar as medidas emergenciais tomadas pelo governo federal e fazer um levantamento da logística de ajuda às famílias atingidas.O ministro informou que a ajuda aos desabrigados será feita em duas frentes. A primeira, voltada à habitação, com barracas, comida, água potável e energia. A segunda, na área de saúde, com o envio de medicamentos e hospitais.O Gabinete de Segurança Institucional continua reunido com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para decidir a melhor forma de contornar a situação no Nordeste. O presidente Lula anunciou a liberação imediata de R$ 300 milhões para os dois Estados para o início das obras de reconstrução dos municípios atingidos. Ao menos R$ 100 milhões devem ser liberados imediatamente. Para as pessoas que desejarem contribuir em dinheiro, estão disponíveis duas contas: Banco do Brasil - Agência 3557-2 - Conta Corrente 5241-8 e Caixa Econômica Federal - Agência 2735 - Conta Corrente 955-6 - Operação 006.Por meio da assessoria do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil solicita que as doações devem ser focados em alimentos de pronto consumo (enlatados e embutidos) e água potável, assim como cobertores, roupas, e medicamentos (anti-inflamatório, antibiótico, antitérmico e analgésicos). Os postos de arrecadação de donativos são todos os grupamentos do Corpo de Bombeiros da capital e interior de Alagoas.AeronáuticaA aeronave da Aeronáutica, que saiu do Rio de Janeiro levando donativos, como alimentos, remédios e colchões, para as vítimas das enchentes em Alagoas, chegou na manhã de hoje ao Estado. As famílias desabrigadas e desalojadas dos 15 municípios alagoanos que estão em estado de calamidade pública já começaram a receber os gêneros alimentícios, segundo a Agência Alagoas, órgão de notícias do governo.Entre as doações de São Paulo e Rio Grande do Sul, a aeronave Boeing 707 da Força Aérea Brasileira (FAB) transportou 100 colchões, 100 unidades de cloreto de sódio 20%, 600 máscaras descartáveis e uma quantidade menor de luvas cirúrgicas, algodão, glicose, paracetamol, dipirona e outros remédios.O Boeing levou ainda para as vítimas 12 sacas de feijão (cada uma com 50 quilos); 125 sacas de arroz (cada uma com 30 quilos); 25 caixas de óleo de soja (cada uma com 20 unidades); 40 sacos grandes de leite em pó (cada um com 14 sacos pequenos), 317 cestas básicas e 16 fardos de açúcar (cada um com 30 sacos).Dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) e um da Marinha estão levando as doações para os municípios. Segundo a Agência Alagoas, Santana do Mundaú e São José da Laje foram um dos primeiros a serem beneficiados com a entrega dos produtos. Os helicópteros que também são usados para a ajuda das vítimas já transportaram, nestes três últimos dias, em média 3,5 toneladas de mantimentos, entre água e medicamentos. As aeronaves da FAB também efetuaram o traslado de 23 médicos e enfermeiros.

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