Governo decide acionar Forças Armadas contra mortes no campo

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Por Redação
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O governo decidiu enviar as Forças Armadas e a Força Nacional para Amazonas, Rondônia e Pará para frear a violência no campo após ser divulgada mais uma morte na região nesta quinta-feira, disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A presidente Dilma Rousseff recebeu os governadores Omar Aziz (PMN-AM), Confúcio Moura (PMDB-RO) e Simão Jatene (PSDB-PA), avaliou a gravidade da situação e determinou o início de uma operação nos Estados para investigar os assassinatos e evitar novas mortes. "O primeiro tipo de ação é uma ação policial, que vai envolver a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional e as Forças Armadas que entrarão, a partir da solicitação dos governadores, numa ação importante e significativa nestes Estados a partir de áreas a serem definidas", disse Cardozo a jornalistas ao apresentar a Operação em Defesa da Vida. As forças trabalharão para evitar novas mortes e irão ajudar na apuração imediata dos assassinatos já ocorridos, afirmou o ministro. No Pará, está sob investigação a morte de um trabalhador rural em Eldorado dos Carajás. Esta pode ser a quinta morte nas últimas duas semanas envolvendo agricultores e ambientalistas na região. Outras três mortes foram confirmadas no Pará na semana passada e uma em Rondônia. Cardozo e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Maria do Rosário (Direitos Humanos) visitarão os Estados na próxima semana para acompanhar a situação. Outra frente de ação será discutir a "situação de impunidade nestes Estados", disse Cardozo. Ele defendeu rigor e cuidado nas investigações para garantir punição "exemplar" e rápida aos envolvidos nos assassinatos. Segundo o governador de Rondônia, Dilma reconheceu que "do Mato Grosso para cima é o abrigo de uma fronteira agrícola nova, onde muita gente vem de fora para ir lá, justamente para impactar seus desejos de riqueza com a realidade da Amazônia". Na segunda-feira, o governo federal já havia liberado verba para o deslocamento e diária de fiscalizadores no Pará e no Amazonas e anunciou a intensificação do combate ao desmatamento ilegal como medidas para conter a violência na região. (Por Hugo Bachega)

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