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Governo definirá quem ganha e perde na bolsa em 2013, diz Itaú

Por ALUÍSIO ALVES E GUILLERMO PARRA-BERNAL
Atualização:

Ações de empresas menos vulneráveis à regulação do governo devem ter um desempenho superior na bolsa em 2013, ao contrário de prestadoras de serviços públicos e de empresas do governo, prevê a área de gestão de recursos do Itaú. Ações de empresas industriais ou ligadas a consumo tendem a se beneficiar do impacto da redução de juros e de impostos para avivar a economia doméstica, disse o diretor-executivo da Itaú Asset, Gustavo Murgel. Em contraste, papéis de setores em que a atuação o governo é vista como menos benigna devem ter performance mais fraca, segundo o diretor de gestão de recursos, Paulo Corchaki. Os lucros de empresas dos setores de energia elétrica, financeiro e de telecomunicações devem ser mais fracos do que em outros países emergentes, disseram. "Essa sensação (de intervencionismo estatal) está no preço... e deve continuar no preço no ano que vem", disse Corchaki nesta segunda-feira. No acumulado do ano até esta segunda-feira, o índice da Bovespa para o setor de consumo tem valorização de 35,6 por cento, a reboque de medidas governamentais como redução dos juros, de impostos e da maior oferta de crédito. Em contrapartida, o índice do setor elétrico teve queda de 17,9 por cento, influenciado pelas pesadas perdas das ações de empresas do setor após o governo ter proposto a detentoras de concessões vincendas entre 2015 e 2017 a renovação antecipada, desde que estas aceitem receber indenizações menores e cobrar tarifas inferiores a partir do ano que vem. O índice de prestadoras de serviços públicos tem desvalorização de 10 por cento neste ano. "Eu não diria que a intervenção do governo é exagerada, mas nossos clientes querem entender até onde isso pode ir", disse Murgel. PERSPECTIVAS Para a Itaú Asset, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 4,5 por cento em 2013. E, com um cenário de juro básico em patamar historicamente baixo no país, a tendência é de os investidores gradualmente mudem para ativos mais arriscados, em busca de maior rentabilidade. Segundo os executivos, isso também deve forçar os gestores de fundos a ter uma base mais diversificada de instrumentos financeiros lastreados em dívida corporativa e fundos negociados em bolsa. Por outro lado, sinais mistos sobre a recuperação da economia global e da crise da dívida na Europa podem seguir pesando, mantendo os investidores ariscos a tomar risco, disseram os executivos. Apesar da percepção do mercado de maior risco de intervenção, a Itaú Asset, que tem cerca de 300 bilhões de reais sob gestão, prevê que os lucros das empresas listadas no Brasil devem crescer 18 por cento no ano que vem, ante 10 por cento neste ano.

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