Governo fecha em março novo sócio privado em Belo Monte

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Por Redação
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O governo deve anunciar nos primeiros dias de março o substituto do Grupo Bertin na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte (PA), disse nesta segunda-feira o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. O grupo Bertin informou sobre a desistência de participar do projeto em meados de fevereiro. Desde então a mídia especula quem seriam os substitutos, com Vale e EBX, do empresário Eike Batista, encabeçando a lista de prováveis candidatos. Perguntado sobre o assunto, Lobão confirmou que Vale e EBX "são possibilidades" para ocupar o lugar deixado pela Bertin, mas não entrou em detalhes. O ministro disse ainda que apesar da obra de Belo Monte estar parada por conta de uma liminar judicial que impede a obra, o governo vai recorrer da decisão e em breve a obra será retomada. "A gente está recorrendo e será julgado pelo Tribunal Regional Federal, não é possível ficar sem licença", limitou-se a dizer o ministro após participar da posse do novo presidente da Eletrobras, José da Costa. Durante discurso na cerimônia, Lobão criticou notícias que vêm sendo veiculadas pela imprensa sobre a saída do antecessor de Costa, José Antônio Muniz, que foi nomeado diretor da empresa que presidia. Muniz será diretor de Transmissão da Eletrobras, cargo criado para tentar evitar os sucessivos apagões que vêm ocorrendo no Brasil e que tiram o sono do governo. "Eu mesmo, com aval da presidenta Dilma, ofereci o cargo de presidente da Eletronorte e ele não quis, preferiu ficar no Rio (de Janeiro)", disse Lobão, o que foi confirmado depois pelo próprio Muniz. Lobão também fez questão de desmentir rumores de que o ex-presidente José Sarney, atual presidente do Senado, tivesse influência nos nomes escolhidos. "O Dr. José Sarney não tem um diretor no setor elétrico, não tem diretores nas agências, mas volta de meia se diz isso, como se pode conviver com uma coisa dessas?", disse, criticando a imprensa. Em seu discurso de posse, Costa afirmou que vai continuar investindo forte na expansão do Sistema Eletrobras e que pretende participar de licitações de grandes projetos de geração. "Devemos ter participação importante em projetos que serão licitados nos próximos anos, projetos acima de 800 megawatts e que somam 16 mil megawatts", afirmou. Em seu discurso, Costa repetiu os "mantras" já conhecidos dos executivos que assumem a estatal, como internacionalização, integração com a América Latina e Luz para Todos, temas que vêm sendo repetidos pelos presidentes da empresa nos últimos anos. PETRÓLEO O ministro de Minas e Energia não acredita que a alta do preço do petróleo vá perdurar, "até porque já está caindo", mas afirmou que se a commodity chegar a patamares em torno de 110 ou 120 dólares o barril, a Petrobras poderá ajustar o preço da gasolina e do diesel, dois produtos que não alterados há quase dois anos. "Nós temos a garantia da Arábia Saudita que pode colocar mais 3, 4 milhões de barris (no mercado). Estamos há dois anos sem ajuste de preços e só vamos pensar nisso quando o preço chegar a patamares mais altos", disse o ministro, concordando que se ficar em um patamar entre 110 e 120 dólares o gatilho do aumento poderá ser disparado. (Por Denise Luna)

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