Governo não dá quórum e impede início da CPI da Petrobras

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Por Redação
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Uma manobra dos governistas, que não compareceram à comissão, suspendeu a instalação da CPI da Petrobras no Senado nesta terça-feira. A sessão estava marcada para ter início às 14h e realizar a eleição do presidente e do relator da comissão. Por volta das 14h15, o senador Paulo Duque (PMDB-RJ), que presidia a sessão de abertura, declarou que não havia número suficiente para a realização da sessão. Ele ficaria na função até a eleição do comando da comissão. A oposição, presente à CPI, prometeu revidar e disse que vai obstruir as votações importantes do governo no plenário. DEM e PSDB têm apenas três dos onze membros da CPI e foi por insistência do PSDB que a comissão foi criada. "O que vamos assistir aqui hoje, amanhã e depois vai ser isso: o esforço deliberado do governo de não investigar e de não abrir a caixa preta da Petrobras", disse a jornalistas o senador Sérgio Guerra, integrante da CPI e presidente do PSDB. Os parlamentares ainda não sabem informar quando será a próxima sessão. A base governista quer resolver primeiro os cargos na CPI das ONGs (organizações não governamentais), onde o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), relator naquela comissão, passou a ser suplente para então integrar a comissão da Petrobras. Apenas titulares podem ocupar cargos de comando. Com isso, o presidente da CPI das ONGs, Heráclito Fortes (DEM-PI), agiu rápido e indicou o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) para o posto. "Temos a prerrogativa de dar quórum (ou não) e estamos usando esta prerrogativa", admitiu o líder do PT, senador Aloizio Mercadante (PT-SP). O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que vai apresentar questão de ordem para recuperar a relatoria da CPI das ONGs. (Reportagem de Natuza Nery)

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