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Greve de ônibus continua em Fortaleza

Por CARMEN POMPEU
Atualização:

Apesar de parecer do Ministério Público do Trabalho (MPT) pela ilegalidade, motoristas e cobradores de ônibus prosseguem com a greve iniciada na terça-feira em Fortaleza. Com a ajuda da Polícia Militar, que disponibilizou 200 homens, os sete terminais de integração da cidade começaram a ser liberados ao meio-dia de hoje, mas o movimento de coletivos à tarde ainda era pequeno nestes locais. Por causa da paralisação, os passageiros, em vez de R$ 1,60 (valor da tarifa nos ônibus de Fortaleza), têm de pagar em média R$ 10 aos mototaxistas para se deslocar, por exemplo, de bairros da periferia até o centro da cidade. Os comerciantes do centro, que esperavam um movimento maior ao longo desta semana por conta do Dia das Mães, contabilizam prejuízos de 30% nas vendas. Os diretores do Sindicato das Empresas (Sindiônibus) orientaram os motoristas para que evitassem os terminais devido à facilidade dos manifestantes em obstruir esses locais. Pela manhã, alguns ônibus tiveram pneus furados. Em balanço parcial, os empresários do setor informaram que 700 veículos foram danificados pelos grevistas. De acordo com o procurador-chefe do MPT, Cláudio Meireles, a greve é ilegal porque não cumpriu os requisitos necessários, como aviso prévio de 72 horas e percentual mínimo de 30% dos veículos circulando. Ele entrou com pedido de ilegalidade junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A medida dará às empresas o direito de demitir funcionários grevistas por justa causa. Mesmo assim, o comando de greve, articulado pelo Conselho Nacional de Lutas (Conlutas), decidiu manter a paralisação. Eles querem anular um acordo fechado na semana passada entre patrões e um dos sindicatos da categoria, o Sintro, que prevê 5% de aumento para a categoria, além de aumento do vale-refeição. Os grevistas não reconhecem o Sintro como representante na negociação. Uma assembléia foi marcada pelo Conlutas para sábado para definir o rumo do movimento.

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