Greve na África do Sul atinge maiores produtores mundiais de platina

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Por ED STODDARD
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Minas responsáveis por metade da produção mundial de platina pararam nesta quinta-feira, quando o sindicato de mineiros da África do Sul deu início a uma greve por um forte aumento de salários que o empregadores alegam não ter como pagar. Membros da Associação de Mineiros e Sindicato da Construção (AMCU, na sigla em inglês), principal sindicato do setor, cruzaram os braços em unidades da Anglo American Platinum, Impala Platinum e Lonmin, as três principais produtoras do metal usado sobretudo nos conversores catalíticos dos carros. Os diretores-executivos das três companhias disseram que as demandas salariais são "irreais e impagáveis" e avisaram que a indústria pode amargar mais prejuízos de produção e a perda de postos de trabalho. A Amplats afirmou que a greve afetou as minas em três locais --Rustenburg, Union e Amandelbul--, onde faltas foram registradas. Todos os processos operacionais eram conduzidos normalmente, disse. A Implats fechou as suas minas, unidades de processamento e fundição em Rustenburg, a noroeste de Johanesburgo, na quarta-feira, antes da greve, para garantir a segurança de seus empregados. O AMCU, cuja proeminência nos últimos dois anos tem agitado as relações trabalhistas na indústria de mineração, possui ao menos 100 mil membros no cinturão da platina, 120 km a noroeste de Johanesburgo. Não ficou claro se todos os membros da AMCU atenderam ao chamado de greve, mas dezenas de grevistas se reuniram em frente a algumas minas nesta quinta-feira. "Somos pagos com migalhas. E o custo de vida está muito alto", disse um dos grevistas em uma mina da Amplats. "Se eles não atenderem a nossas demandas, vamos continuar fazendo greve." O AMCU pede mais do que uma duplicação do salário-base à Amplats e à Lonmin e aumentos menores, mas ainda altos, à Implats. As empresas oferecem aumentos entre 7,5 e 8,5 por cento, acima da taxa de inflação de 5,4 por cento.

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