Gripe suína pode se tornar resistente a drogas, diz estudo

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Por Redação
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Um vírus da gripe suína que contaminou uma mulher em Cingapura sofreu uma mutação que o deixou resistente a medicamentos praticamente de uma hora para outra, disseram os médicos num estudo que revela as limitações do uso de drogas para tratar a gripe. Embora a mulher tenha se recuperado, a mutação se desenvolveu em 48 horas, tornando a infecção cada vez mais resistente ao Tamiflu, principal droga usada para o combate à doença, cujo nome genérico é oseltamivir. "Nossos dados indicam que a resistência ao oseltamivir se desenvolveu em dois dias", escreveu a equipe de Masafumi Inoue, da Agência para a Ciência, Pesquisa e Tecnologia de Cingapura, na revista Emerging Infectious Diseases. A pandemia do vírus H1N1, a chamada gripe suína, já terminou, mas o vírus entrou num conjunto de vírus sazonais da gripe. Um parente distante, também chamado H1N1, desenvolveu uma ampla resistência ao Tamiflu em 2008, e a droga agora é considerada inútil para essa cepa. Os pesquisadores sabem que os vírus da gripe são altamente propensos a mutações, e a maioria das cepas adquire resistência contra dois antivirais mais antigos: amantadine e rimantadine. Quando o H1N1 surgiu, em março de 2009, os médicos temiam que ele seria pior do que foi. Em Cingapura, os pacientes eram imediatamente tratados com Tamiflu. Mas os médicos também estavam cientes de que o vírus poderia passar por mutações, e ficaram particularmente atentos a uma mutação genética específica, chamada H275Y, que confere resistência ao Tamiflu. Amostras virais da paciente em Cingapura mostraram a mutação 48 horas após ela começar a tomar o medicamento, segundo Inoue e seus colegas. Existe outro medicamento licenciado contra a gripe, o zanamivir (cujo nome comercial é Relenza). Como o Tamiflu, ele pertence a uma classe de drogas chamada inibidores de neuraminidase. Um pequeno laboratório chamado BioCryst está desenvolvendo uma droga contra a gripe chamada peramivir. (Reportagem de Maggie Fox)

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