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Guerra na Síria cria 'crise humanitária impressionante', diz agência de ajuda

Comitê Internacional de Resgate diz violência sexual é um dos principais motivos para a fuga do país

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Por Redação
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BEIRUTE - A guerra civil da Síria está desencadeando uma "crise humanitária impressionante" no Oriente Médio, com centenas de milhares de refugiados fugindo da violência, que inclui estupro, afirmou uma agência de ajuda internacional nesta segunda-feira, 14. Ativistas da oposição disseram que um ataque aéreo contra o território controlado pelos rebeldes ao sudoeste de Damasco matou 20 pessoas, incluindo mulheres e crianças, somando-se às mais de 60 mil pessoas que se estima terem sido mortas no conflito de 21 meses. Mais de 600 mil sírios fugiram para o exterior - muitos para a vizinha Turquia, Líbano e Jordânia - conforme a violência se espalhou e os esforços internacionais para encontrar uma solução política afundaram. Refugiados entrevistados pelo Comitê Internacional de Resgate (IRC) citaram a violência sexual como um dos principais motivos para a fuga do país, disse a organização sediada em Nova York, em um relatório de 23 páginas sobre a crise, publicado nesta segunda-feira. Estupros em grupo muitas vezes aconteceram na frente de membros da família e mulheres tinham sido sequestradas, estupradas, torturadas e mortas, afirmou. "Depois de décadas de trabalho em zonas de guerra e de desastres, o IRC sabe que as mulheres e meninas sofrem violência física e sexual em todos os conflitos. A Síria não é exceção", acrescentou o grupo. Rebeldes e forças do governo foram acusados de abusos dos direitos humanos durante o conflito, que começou com protestos pacíficos contra o presidente Bashar Assad, em março de 2011. A agitação se tornou violenta depois que as forças do governo dispararam contra manifestantes e, desde então, tornou-se uma guerra civil em grande escala. "Com quase dois anos de guerra civil na Síria, a região enfrenta um desastre humanitário impressionante", disse o relatório da IRC. PODER AÉREO Apesar de avançar no norte e leste da Síria e ganhar o apoio de potências regionais como Turquia e Arábia Saudita, os rebeldes sírios têm sido incapazes de quebrar um impasse militar com as forças governamentais em outros lugares. Eles têm lutado para conter o poder aéreo do governo em particular, o que torna difícil para eles tomar e manter o território crucial para o controle de Assad no poder, incluindo grandes cidades. Um ativista em Moadamiyeh, uma cidade a sudoeste de Damasco controlada por rebeldes, disse que um ataque aéreo matou 20 pessoas nesta segunda-feira. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um grupo de monitoramento baseado na Grã-Bretanha, disse que pelo menos 13 pessoas morreram no ataque, mas o número de vítimas provavelmente subiria. A televisão estatal síria afirmou que "terroristas" - palavra para os rebeldes - haviam disparado um morteiro de Daraya, subúrbio de Damasco, em uma construção civil em Moadamiyeh, matando mulheres e crianças. Os relatos não puderam ser verificados de forma independente por causa das restrições do governo sobre a mídia independente na Síria. Aviões de guerra sírios também bombardearam a base aérea estratégica Taftanaz que os rebeldes tomaram na semana passada, disse o Observatório. Em outro sinal de mais derramamento de sangue, o Human Rights Watch informou que tinha provas de que as forças do governo usaram lançadores de foguetes de barris múltiplos para lançar munições feitas no Egito nos ataques recentes.

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