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Guiné aprova proposta de cassar concessões de Vale e BSGR, diz fonte

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Por Redação
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O governo da Guiné aprovou um relatório recomendando que a BSG Resources (BSGR) e sua parceira de joint venture Vale percam duas concessões de minério de ferro, disse uma fonte do governo do país nesta quinta-feira. "O gabinete aprovou as recomendações do comitê técnico", disse à Reuters a fonte, que pediu para não ser identificada, depois de reunião da cúpula do governo. A recomendação foi feita em relatório emitido na semana passada, que acusava a BSGR de obter os direitos de concessão por meio de corrupção. A BSGR, braço de mineração do bilionário israelense Beny Steinmetz, negou as alegações e disse que irá buscar arbitragem internacional. O relatório do comitê recomendou que a Guiné retire a permissão de mineração da VBG, uma joint venture entre a BSGR e a Vale, no depósito gigante de minério de ferro em Simandou e cancele a concessão de mineração de Zogota. O documento também pediu que o governo exclua a VBG de qualquer processo futuro de realocação das licenças. O relatório disse que a Vale, maior acionista da VBG, não participou da corrupção. No entanto, a maior mineradora de minério de ferro do mundo, já admite que pode perder os direitos que ela adquiriu por meio da joint venture. Segundo uma fonte próxima da mineradora brasileira, a companhia já gastou mais de 1 bilhão de dólares no projeto da Guiné. "A Vale adquiriu sua participação na VBG após o término da ampla due diligence realizada por consultores externos e com base nas declarações de que a VBG tinha obtido legalmente seus direitos minerários e sem nenhuma promessa ou pagamento indevidos", disse a mineradora em documento publicado no final de março. A BSGR vendeu 51 por cento de seus ativos na Guiné para a Vale em 2010, quando criou a VBG, em um negócio de 2,5 bilhões de dólares. A Vale pagou 500 milhões de dólares no ato, com pagamento futuros condicionados ao cumprimento de metas de produção. Na véspera, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse à Reuters, durante um evento em Brasília, que a mineradora não havia recebido nenhuma comunicação do governo da Guiné sobre a situação das concessões de minério de ferro da mineradora e de sua parceira no país, ao ser questionado sobre o assunto. (Por Saliou Samb)

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