PUBLICIDADE

Hackers tentam invadir site do Inep e prejudicam acesso a notas do Enem

Por Carlos Lordelo
Atualização:

O site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) foi alvo de um ataque hacker no início da tarde de ontem. A tentativa de invasão partiu de servidores localizados fora do País e visava a obter dados pessoais dos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).O ataque sobrecarregou a página do Inep, o que intensificou as reclamações de estudantes que tentavam consultar as notas do Enem de 2012, divulgadas por volta de 8h40.Como medida de segurança, técnicos do Inep tiraram o site do ar entre 13h e 13h30 para blindar as informações dos candidatos. Durante a tentativa de invasão, a página do instituto registrou até 8 milhões de acessos simultâneos. Pela manhã, o pico de solicitações de acesso por minuto havia sido de 370 mil.Para o especialista em crimes digitais Wanderson Castilho, "derrubar" o sistema deliberadamente é a última opção de quem sofre um ataque hacker. "Não dá para saber se o Inep fez isso porque tinha um sistema de segurança fraco ou porque o hacker tinha habilidade extraordinária."O Inep diz que as informações pessoais dos estudantes foram preservadas. Segundo a assessoria de imprensa do instituto, a tentativa de invasão teve origem em servidores da Polônia e dos Estados Unidos. No início do mês, a presidente Dilma Rousseff sancionou leis que preveem penas para quem comete crimes eletrônicos no País.Notas. Depois que o sistema voltou ao ar, mais estudantes conseguiram verificar suas notas no Enem. Até as 13h, cerca de 700 mil alunos entraram no sistema. Entre 13h30 e 16h, o número de consultas chegou a aproximadamente 840 mil. Às 20h, cerca de 2,2 milhões de candidatos tinham conferido sua pontuação na redação e nas quatro provas objetivas, de Linguagens e Códigos, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza.O exame foi aplicado em novembro para cerca de 4,1 milhões de pessoas em todo o País.O Inep também divulgou ontem as notas mínimas e máximas de cada prova objetiva. Assim, os candidatos podem ter noção de seu desempenho em relação aos demais participantes.Para facilitar a compreensão das notas, foi publicado um guia que explica como funciona a correção da parte objetiva do exame. As provas são montadas e avaliadas de acordo com a Teoria da Resposta ao Item (TRI), conjunto de modelos matemáticos que atribui pesos diferentes às questões de acordo com seu nível de dificuldade. Dois candidatos que acertaram o mesmo número de questões dificilmente terão a mesma média final.Segundo o Inep, os candidatos terão acesso à correção de suas redações a partir de 6 de fevereiro de 2013, mas não será possível pedir vistas da prova.Com o Enem, o estudante pode disputar vagas em instituições públicas de ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que receberá inscrições de 7 a 11 de janeiro. O Sisu oferecerá 129.279 vagas no primeiro semestre de 2013.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.