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Helicópteros de ataque da ONU atingem rebeldes no leste do Congo

Por JONNY HOGG
Atualização:

Helicópteros de ataque da Organização das Nações Unidas atingiram posições de rebeldes no leste do Congo no sábado, depois que insurgentes ganharam terreno em meio a pesados combates com as tropas do governo, disse a ONU. Os confrontos ao sul da cidade de Kibumba significam que os rebeldes avançaram para uma distância de 30 quilômetros em direção a Goma, o mais próximo que eles chegaram da capital da província de Kivu do Norte, desde que uma rebelião explodiu nas províncias do leste, há oito meses. O governador de Kivu do Norte, Julien Paluku, disse que o exército recuou para os arredores do sul da cidade, depois que rebeldes do M23 - um grupo de soldados que se amotinou em abril - avançou com o apoio da vizinha Ruanda. Um comunicado do governo congolês afirmou que 4 mil ruandeses haviam cruzado a fronteira. Ruanda rejeitou a acusação, a mais recente de uma série de acusações feitas pelo governo congolês em Kinshasa. O governo de Ruanda pediu que o exército do Congo e os rebeldes parem os confrontos, já que bombas estavam atingindo o seu território. A missão da ONU liderada pela França, disse em Nova York que pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a situação do Congo ainda para este sábado. Estima-se que mais de cinco milhões de pessoas morreram devido à violência, fome e doenças em guerras no Congo desde 1998. É o conflito mais mortal desde a Segunda Guerra Mundial. Especialistas da ONU disseram em relatórios que têm provas de que Ruanda tem apoiado os rebeldes M23 no leste do Congo. Eles pediram ao Conselho de Segurança que imponha sanções às autoridades de Ruanda, em resposta ao apoio. "O exército de Ruanda atravessou a fronteira atrás de nossas tropas, é por isso que nossas tropas se retiraram," disse Paluku à Reuters, por telefone. "Eles (os rebeldes) estão a poucos quilômetros de distância, então é claro que Goma está sob ameaça, não podemos esconder isso", ele disse, acrescentando que as tropas do governo estavam se reagrupando em Kilimanyoka, 12 quilômetros ao norte da cidade. Os rebeldes disseram que não tinham planos imediatos de atacar Goma. A missão de paz da ONU no Congo disse que unidades do exército estavam sob fogo de armas pesadas desde o início da manhã de sábado (horário local), forçando civis a fugirem. Helicópteros de ataque da ONU foram enviados para atacar posições rebeldes ao sul de Kibumba. "Até agora 10 missões foram realizadas com nossos helicópteros de ataque," disse a ONU em um comunicado. A ONU tem um mandato para proteger os civis e apoiar as tropas do governo quando elas precisam. O número de vitimas não foi informado por nenhum dos lados. Mais de 750 mil pessoas já fugiram de suas casas desde que os confrontos começaram, e esforços regionais para encontrar uma solução fracassaram até o momento. O porta-voz do M23, Vianney Kazarama, disse à Reuters que os rebeldes estão agora controlando Kibumba, mas disse também que eles não vão avançar mais. "Estamos parando aqui, estamos esperando, não estamos indo para Goma", ele disse, reiterando um chamado do governo para começar as negociações.

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