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Hezbollah inicia retirada após recuo do governo

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Por Redação
Atualização:

Militantes do Hezbollah começaram a se retirar de Beirute neste sábado após o exército libanês revogar as medidas do governo contra a organização, afirmaram testemunhas. Elas disseram que militantes, que tomaram a capital na sexta-feira, eram conduzidos para fora das áreas litorâneas de Beirute e outras áreas. Soldados libaneses eram vistos patrulhando as ruas esvaziadas pelo Hezbollah e seus aliados. Momentos antes, o Hezbollah e seus aliados haviam anunciado o fim do conflito armado em Beirute. "A oposição libanesa encerrará toda sua presença armada em Beirute de modo que a capital estará nas mãos do exército", disse o grupo em um comunicado. O documento, no entanto, afirmou que a oposição manteria uma campanha de "desobediência civil" até que suas demandas políticas sejam atendidas. Pouco do anúncio, o exército libanês revogou duas medidas contra o Hezbollah que foram o estopim da tomada do controle de Beirute pelo grupo e conclamou os militantes a se retirar das ruas e desbloquear estradas. O exército disse que manteria o chefe da segurança do aeroporto de Beirute, ligado ao Hezbollah, e que lidaria com a rede de comunicações do Hezbollah de maneira a "não prejudicar o interesse público e a segurança da resistência". O premiê libanês Fouad Siniora havia dito também no sábado ter colocado as duas medidas nas mãos do exército. A tomada de Beirute pelo Hezbollah em três dias de conflitos enfraqueceram o governo de Siniora, apoiado pelos Estados Unidos, e reforçaram a posição do grupo militante como o mais poderoso do Líbano, depois de uma queda-de-braço de 17 meses com a coalizão governista. Os piores conflitos desde a guerra civil (1975-1990) mataram até o momento 27 pessoas. Os confrontos começaram depois que o governo anunciou ações contra a rede de comunicações do Hezbollah e a demissão do chefe de segurança do aeroporto, ligado ao grupo xiita.

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