PUBLICIDADE

Hillary reforça ataques contra Obama na corrida presidencial

Por CAREN BOHAN
Atualização:

A senadora Hillary Clinton reforçou na sexta-feira seus ataques contra o adversário Barack Obama, apresentando-se como a pré-candidata mais favorável à classe média e dizendo que os eleitores devem escolher entre "discursos e soluções". Hillary perdeu as últimas oito prévias estaduais para Obama e agora aposta principalmente no Texas e em Ohio, que realizam primárias em 4 de março, para reverter a desvantagem. Na próxima terça-feira há prévias em Wisconsin e no Havaí. "Acredito de todo coração que a classe média é a garantia do sonho norte-americano e é a espinha dorsal econômica do país", disse Hillary em visita a um popular restaurante de Cincinnati, Ohio, onde discutiu economia com eleitores. "É hora de termos uma presidente lutadora, que faz as coisas, uma defensora da classe média norte-americana." "Sou a candidata da e para a classe média da América", acrescentou Hillary, criada num bairro de classe média-alta em Chicago. Em sua campanha, ela costuma lembrar que recebeu créditos educativos do governo para financiar sua passagem por boas faculdades, como a de Direito, em Yale. A senadora citou propostas de uma moratória de 90 dias no confisco de casas de mutuários inadimplentes e de um limite às taxas de juros dos cartões de crédito, além do fim dos benefícios fiscais para grandes corporações financeiras e empresas que "exportam" vagas de trabalho. "Vamos mudar o código tributário. É errado que um gestor de dinheiro de investimento em Wall Street, que ganha 50 milhões de dólares por ano, tenha uma alíquota fiscal inferior à de um professor, uma enfermeira, um caminhoneiro ou um trabalhador do setor automobilístico que ganha 50 mil dólares ao ano", disse. A ex-primeira-dama tentou usar a capacidade oratória de seu rival Obama contra ele, novamente acusando-o de oferecer retórica em vez de substância. "Esta eleição primária oferece uma grandíssima escolha aos eleitores de Ohio. Vocês podem escolher discursos ou soluções", disse ela. Fazendo campanha em Milwaukee, Wisconsin, onde uma nova pesquisa lhe deu 5 pontos percentuais de vantagem sobre Hillary, Obama rejeitou as críticas da adversária e a acusou de ser parte do problema. "Entendo que a senadora Clinton periodicamente, quando está se sentindo por baixo, lança ataques como forma de tentar fortalecer seu apelo. Mas acho que esse tipo de jogo não é o que o povo norte-americano está buscando", disse o senador. "Nesta campanha, ela recebeu quase o dobro da quantia em dinheiro de lobistas do que qualquer democrata ou republicano que concorra a presidente. Isso não é ser parte do negócio de (trazer) soluções. É ser parte do negócio habitual em Washington." No campo republicano, o favorito John McCain obteve na sexta-feira um apoio importante, do ex-presidente George H. Bush, pai do atual ocupante da Casa Branca. McCain disse em entrevista coletiva que vai na segunda-feira ao Texas para se encontrar com Bush pai. McCain tem a candidatura praticamente assegurada e já recebeu o apoio de Mitt Romney, que vinha em segundo lugar entre os republicanos. Mas ele ainda enfrenta a concorrência do ex-governador de Arkansas Mike Huckabee. (Reportagem adicional de Steve Holland e John Whitesides em Wisconsin)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.