Hillary tenta superar comentário polêmico sobre Bob Kennedy

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Por THOMAS FERRARO
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A campanha de Hillary Clinton se preparava para seu próximo grande teste enquanto tentava, neste domingo, desvencilhar-se dos comentários polêmicos que fez sobre o assassinato de Robert Kennedy, 40 anos atrás, para justificar a sua permanência na disputa. Hillary, senadora pelo Estado de Nova York, fez campanha em Porto Rico, território que realizará no próximo domingo as primárias para a escolha do candidato presidencial do Partido Democrata. Antes dessa votação ela enfrenta uma grande disputa, possivelmente a última: os dirigentes do partido se reunirão no sábado para decidir o que fazer com os delegados escolhidos pelos Estados da Flórida e Michigan. Uma decisão a favor dela, por parte do comitê encarregado das normas do partido, é crucial para a crescente disputa de Hillary com Barack Obama para conseguir ser indicada candidata presidencial do partido na convenção em agosto, e enfrentar o republicano John McCain na eleição de novembro. Os dois Estados, cujos delegados foram excluídos da convenção porque violaram as normas do partido para realização de primárias, estariam formulando planos para conseguir que pelo menos parte dos seus delegados sejam considerados. Ao lhe perguntarem se Hillary aceitaria uma decisão de que ela não gostasse, o chefe da campanha da ex-primeira dama respondeu: "Não estou dizendo isto hoje", afirmou ele à TV Fox News. "Estou dizendo que devemos esperar que eles (o comitê) tomem sua decisão. Só então vamos decidir." Sábado foi o segundo dia de campanha de Hillary em Porto Rico, onde ela é favorita na votação do próximo domingo. Os porto-riquenhos podem participar da escolha do candidato democrata, mas o território não tem direito a votar para presidente em novembro. "Se eu tivesse dado atenção aos que vêm falando nos últimos meses, hoje nós não estaríamos fazendo campanha em Porto Rico", disse Hillary a centenas de pessoas de uma igreja evangélica na cidade de Hormigueros. Mesmo que Hillary tentasse levar a discussão política de volta a temas como a economia, seu comentário em que citou o assassinato de Robert Kennedy depois de ter vencido a primária presidencial de junho de 1968 na Califórnia ainda era o foco das conversas políticas. Num artigo no jornal New York Daily News, Hillary explicou novamente que mencionou o assassinato no contexto histórico de uma campanha que prosseguiu pelo mês de junho. A ex-primeira-dama afirmou que seus comentários foram extraídos do contexto. "Fiquei profundamente desanimada e perturbada pelo fato de meu comentário ter sido interpretado de um modo que foge de tudo que eu defendo e tudo pelo qual tenho lutado nesta eleição", escreveu. Muitos viram a mera menção de assassinato como uma lembrança do papel que tais crimes têm desempenhado na política dos EUA e ao fato de Obama --senador de Illinois, que se tornaria o primeiro presidente negro do país-- receber proteção do serviço secreto há mais de um ano. A direção da campanha de Obama declarou que quer seguir em frente. "Na parte que nos toca, esta questão está encerrada," disse à TV ABC David Axelrod, o estrategista-chefe da campanha de Obama.

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