
27 de outubro de 2009 | 17h28
Os negociadores de Zelaya, deposto após um golpe militar em junho, e os representantes do governo de facto de Roberto Micheletti, se preparavam para uma reunião após o anunciado retorno de uma missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) e outra dos EUA ao país da América Central.
Mayra Mejía, representante de Zelaya, disse estar agendada para esta terça-feira uma reunião com o representante da OEA e que esperavam a visita do secretário-adjunto para assuntos do Hemisfério Ocidental dos EUA, Thomas Shannon.
Os EUA são o principal parceiro comercial de Honduras, apesar de o intercâmbio entre os dois países, entre janeiro e agosto, ter caído cerca de 30 por cento em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Departamento de Comércio norte-americano.
Um acordo pode abrir caminho para uma transição de poder até que um novo presidente assuma em janeiro, após eleições a serem realizadas em 29 de novembro. Zelaya e organismos internacionais ameaçam não reconhecer o pleito caso o líder deposto não seja reconduzido ao poder.
"Nossa posição é: estamos na mesa" de negociação, disse à Reuters Vilma Morales, representante do governo de facto.
Porfirio Lobo e Elvin Santos, os dois principais candidatos à Presidência na eleição de novembro, pediram o reinício do diálogo que, para alguns analistas, tem chances de prosperar.
"Seguimos pensando que as pressões políticas e econômicas podem forçar o governo interino, encabeçado por Roberto Micheletti, a chegar a um compromisso que permita uma breve restituição de Zelaya à Presidência", disse em relatório Heather Berkman, do Eurasia Group.
A restauração de Zelaya, que retornou ao país ilegalmente há um mês e está refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa, é o principal obstáculo para um acordo em Honduras, um dos três países mais pobres da América Latina.
Zelaya foi deposto por militares e expulso do país por supostamente violar a Constituição com sua intenção de realizar um referendo para abrir caminho à reeleição presidencial.
O governo de facto emitiu ordens de prisão contra Zelaya e diz que o líder deve enfrentar a Justiça.
(Reportagem adicional de Gustavo Palencia)
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