Hospital de Ribeirão Preto usa pele de rã para tratar queimaduras

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Hospital Especializado Ribeirão Preto realizou nesta quinta-feira um procedimento cirúrgico utilizando pele de rãs para o tratamento de queimaduras. O hospital recebeu a doação de peles de 150 rãs (medindo entre 15 e 18 cm por 8 a 10 cm) para curativos biológicos do Instituto Nelson Piccolo, de Goiânia. A técnica de utilização de peles de rãs para essa finalidade não é popularizada no Brasil, mas existe há cerca de três anos. É utilizada em queimaduras de segundo e terceiro grau. Segundo Salomão Chade Assan Zatiti, um dos integrantes da equipe médica responsável pelo procedimento, a intervenção é feita a partir da retirada do tecido necrosado da paciente (para evitar infecções) e, em seguida, é feito o enxerto heterólogo, isto é, da pele estranha ao paciente. A pele de rã, além de mais barata, ajuda na proteção do corpo. "A perda da proteção natural da pele gera complicações, como a perda de líquido e de eletrólitos (sais)", diz Zatiti. A paciente que passou pela cirurgia é Jéssica Maximiano Zucchermaglio, de 18 anos, de Guatapará, que teve queimaduras de terceiro grau no tórax e nos braços. A suspeita é que a mãe tenha jogado álcool e ateado fogo a seu corpo, na madrugada do dia 16, o que está sendo investigado pela polícia. Segundo Zatiti, os curativos serão trocados a cada dois ou três dias, até que a paciente esteja pronta para o enxerto definitivo - o autólogo, com uso da pele da própria Jéssica, que deverá ser extraída das pernas. Serão necessárias de seis a dez trocas, ou seja, de 12 a 20 dias, para que Jéssica possa ser submetida à etapa final do procedimento. A técnica com o uso da pele de rãs permite uma cicatrização mais rápida, devido a uma substância encontrada na espécie Rana catesbiana Shaw. Essa pele alivia a dor e permite uma maior movimentação dos membros do paciente.

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