Hospital perderá R$ 250 milhões no repasse do DPVAT

Para Anatran, mudança seriam uma forma de reforçar o impedimento dos hospitais de realizar dupla cobrança

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Uma mudança na forma de pagamento do DPVAT, o seguro obrigatório cobrado anualmente de proprietários de veículos, retirou dos hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) o ressarcimento pelos gastos com atendimento a vítimas de acidentes de trânsito. Essa alteração pode gerar perda de R$ 250 milhões aos hospitais, segundo a Associação Nacional de Trânsito (Anatran). A Medida Provisória nº 451 causou confusão no setor porque passa a permitir apenas que o acidentado seja tratado nos hospitais usando a verba vinda do repasse do SUS, cerca de 30% mais baixa do que a paga pelo seguro. Antes, os estabelecimentos podiam, por procuração assinada pelo paciente, requisitar um valor do DPVAT para custear o atendimento. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a lei que deu origem ao DPVAT, em 1974, já deixava clara a proibição dos hospitais conveniados ao SUS de cobrar do seguro o ressarcimento. Para a entidade, as mudanças trazidas pela MP 451 seriam uma forma de reforçar o impedimento dos hospitais de realizar uma dupla cobrança. Em nota, a entidade defendeu a medida, dizendo que "o estabelecimento credenciado ao SUS tem de obrigatoriamente receber somente do SUS nos casos de atendimento às vitimas de acidente de trânsito". Segundo a Susep, o sistema "já recebe vultoso repasse do valor do prêmio do DPVAT para este fim, não cabendo exceção nesta hipótese".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.