Hubble fotografa estrelas mais fracas da galáxia

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Por Agencia Estado
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Com o Telescópio Espacial Hubble, astrônomos obtiveram imagens de algumas das estrelas mais antigas e tênues da galáxia, num vislumbre raro de dois tipos de astro muito raros - estrelas com menos de um décimo do tamanho do Sol, além de outras que já foram gigantes um dia, e que ainda brilham 10 bilhões de anos depois de morrer. A pesquisa aprece na edição desta semana da revista Science. "Este projeto força a barra até mesmo do que o Hubble é capaz de fazer", diz um dos autores do trabalho, Jay Anderson. "Não é possível detectar essas estrelas com certeza em uma única imagem. É preciso combinar várias imagens para encontrá-las". Ao todo, a equipe científica apontou as câmeras do Hubble para o mesmo trecho de céu por mais de 75 horas, reunindo 378 imagens sobrepostas. O alvo foi uma região do espaço que contém 1% das estrelas do aglomerado globular NGC 6397, uma coleção de algumas das estrelas mais antigas da Via Láctea. NGC 6397 é um dos aglomerados mais próximos da Terra, a 8.500 anos-luz. Mas mesmo a essa distância relativamente pequena, em termos astronômicos, a luz das estrelas mais fracas do aglomerado se perde no brilho das estrelas mais brilhantes. Para detectar os tipos mais fracos, Anderson criou um software para examinar as imagens do Hubble, pixel por pixel, e encontrar os objetos menos luminosos. O destino de uma estrela é determinado por sua massa. Há uma massa mínima que a estrela precisa ter para iniciar a fusão do hidrogênio, e objetos abaixo desse limiar se resfriam e desaparecem rapidamente. Anderson e colegas identificaram as menores estrelas já encontradas num aglomerado globular, com menos de 10% da massa do Sol e muito perto do limiar teórico. O outro tipo de objeto detectado por Anderson surge a partir de estrelas mais pesadas que o Sol. Corpos com cerca de oito massas solares queimam seu combustível rapidamente e morrem em nebulosas planetárias, explosões que espalham muito do material que compunha a estrela pelo espaço. No estágio final do colapso, essas estrelas se convertem em anãs brancas, objetos extremamente densos e que irradiam calor por bilhões de anos enquanto se apagam lentamente.

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