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Imigrantes são alvo de blitz em aeroporto da Espanha

Brasileiros seriam principais suspeitos em operação detonada por denúncia em TV

Por Anelise Infante
Atualização:

A polícia do aeroporto de Barajas, em Madri, está fazendo uma operação "pente fino" para surpreender os imigrantes que tentem entrar ilegalmente no país - a blitz agora é feita no que os policiais chamam de vôos quentes, vindos do Brasil, Venezuela, Colômbia e Equador. A blitz que começou nesta semana pega os recém-chegados no desembarque. Antes que os passageiros possam entrar no aeroporto, os policiais de fronteira pedem documentação e fazem uma bateria de perguntas. O objetivo é surpreender os imigrantes que pretendam entrar como turistas e permanecer ilegalmente no país. Segundo a Brigada Central contra Redes de Imigração, os passageiros mais suspeitos são latino-americanos: brasileiros, colombianos, equatorianos, venezuelanos, argentinos e chilenos, nessa ordem. "Considerando que o aumento da imigração brasileira foi de 324% nos últimos seis anos, é lógico colocá-los na cabeça desta lista de vôos quentes. São muito visados agora evidentemente", comentou um policial da Brigada Central. Quem é liberado depois da blitz na pista tem que passar por outro controle policial dentro do saguão. Já os detidos no desembarque são levados para a delegacia do aeroporto para ser expulsos do país. A polícia aumentou o controle no maior aeroporto espanhol depois da denúncia de uma reportagem da TV pública espanhola mostrando como é fácil entrar na Espanha de forma irregular. No novo terminal 4 de Barajas há portas de acesso exclusivas para funcionários. Alguns empregados (a maioria sul-americanos), que trabalhavam na limpeza do aeroporto, vendiam a informação a imigrantes por tarifas que variavam entre R$ 7,8 mil e R$ 13 mil. A quadrilha, que já foi descoberta pela polícia, era chefiada por uma espanhola, uma colombiana e uma equatoriana. Além de informar onde estavam as saídas, elas facilitavam contatos com outros trabalhadores do aeroporto para usar seus crachás para que os imigrantes entrassem em locais só permitidos aos empregados. "Fica impossível determinar quanta gente entrou por esse esquema. Mas a rota foi anulada quando desmantelamos a quadrilha e os sistemas de segurança estão reforçados", disse o delegado-chefe de Barajas, Carlos Salamanca. No entanto, a reportagem da TV pública Telemadrid denunciou que o acesso continua livre. Os imigrantes que aceitavam o esquema recebiam uma cópia em papel indicando passo a passo o que fazer. Era só seguir o caminho descrito em 30 linhas. "Basta procurar uma porta prateada perto da cafeteria e girar a maçaneta com cuidado para não ser visto. Descer as escadas, abrir outra porta e ir direto ao elevador. Aperte o botão nível 2 para chegar ao metrô e sair à rua". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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