IML identifica todas as vítimas de acidente com jatinho em SP

Entre os mortos, estavam piloto e co-piloto da aeronave e seis membros de uma mesma família

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Por Fabiana Marchezi
Atualização:

Os trabalhos de identificação dos corpos das vítimas do acidente com o jato Learjet 35, na tarde de domingo, 4, foram concluídos pelos peritos do Instituto Médico Legal Central de São Paulo, no final da tarde desta segunda-feira, 5. Veja também: Movimento no Campo de Marte cresce 30% com a crise aérea Casas atingidas por jato serão demolidas; buscas são retomadas nesta 2ª   Vídeo do local do acidente  Vídeo das casas atingidas pelo jato  Vídeo do resgate no local do acidente  Veja como foi o acidente com o Learjet 35  Galeria de fotos  Todas as notícias sobre o acidente com o Learjet 35  De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o IML conseguiu identificar os oito corpos. As três últimas vítimas a serem reconhecidas foram: Lina Oliveira Fernandes, de 74 anos, Aires Fernandes, de 53 anos e Luan Victor Lima, de dez meses. Anteriormente, o IML havia identificado os corpos de Lucas de Souza Sá Júnior, de 20 anos, Ana Maria Lima Fernandes, de 21 anos, Rosa Lacerda de Lima Fernandes, de 55 anos, Paulo Roberto Montezuma Firmino, de 39 anos e Alberto Soares Junior, de 24 anos. O acidente aconteceu às 14h05 do domingo, quando o jatinho, que tinha acabado de decolar no Campo de Marte, caiu sobre uma casa na Rua Bernardino de Sena, na Casa Verde, zona norte. Além da casa de número 118, outras três casas foram interditadas e moradores viveram momentos de pânico em meio a fogo e fumaça, que lembraram o 17 de julho, em Congonhas, na zona sul, quando a queda de um Airbus A320 da TAM matou 199 pessoas. A aeronave de prefixo PT-OVC, da empresa Reali Táxi Aéreo, tinha saído do Campo de Marte com destino ao Rio. Caiu a 800 metros da cabeceira da pista, atingindo em cheio a residência. O piloto Paulo Roberto Montezuma Firmino, de 39 anos, e o co-piloto Alberto Soares Júnior, de 24, morreram na queda. O médico Edimilson Mariano, de 35, que estava na sacada de seu apartamento, viu toda a cena. Disse que o procedimento de decolagem não foi o usual. "Normalmente, os aviões viram para a esquerda no sentido Marginal do Tietê, mas esse foi para a direita, embicou e de repente começou a cair." Lúcia Helena Rossetti, de 36 anos, uma assistente social que andava pela rua no momento da queda, também estranhou o comportamento do jato. "Ele veio balançando. Parecia que o piloto queria equilibrá-lo, mas, de repente, caiu com o bico para baixo em cima da casa." Mariano saiu correndo para ajudar as vítimas e foi um dos primeiros a chegar ao local - onde encontrou o caos. A residência da frente do terreno do 118, totalmente destruída, pertencia a Lina Oliveira Fernandes, de 75 anos. Lá viviam quatro gerações da família. Dois filhos da matriarca, Rosa e João. O marido de Rosa, Aires Fernandes, e dois filhos do casal, Lucas e Cláudia. A esposa de Lucas, Ana Maria, e o filho do casal, Luan Vitor, de apenas 10 meses. Eles eram tidos como uma família feliz, benquista pelos vizinhos. Só dois parentes escaparam da tragédia: Cláudia, de 16 anos, portadora de uma espécie de retardo mental, que teve 30% do corpo queimado, e João, que não estava em casa na hora do acidente.  Outra sobrevivente era amiga de Cláudia, e tinha ido à casa brincar com a adolescente: Laís Gonçalves Coutinho Melo, de 11 anos, que sofreu lesões leves.

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