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Incra no RS suspende atividades após ocupação da sede

Por Elder Ogliari
Atualização:

A superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio Grande do Sul suspendeu suas atividades hoje em razão de uma ocupação ao prédio da entidade, no centro de Porto Alegre. Desde quinta-feira passada, cerca de 400 sem-terra ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam a sede, e os servidores só devem retornar ao trabalho quando os manifestantes deixarem o edifício de oito andares. A porta-voz dos sem-terra, Inês Rodrigues, disse que a ocupação prossegue por tempo indeterminado, até que governo federal comece a assentar as 2,5 mil famílias acampadas à beira de estradas no Rio Grande do Sul. Também reiterou que os sem-terra não entrarão nas salas do Incra, permanecendo nos corredores, como nos últimos dias. "A decisão de não trabalhar é deles, nós não estamos atrapalhando". Os sem-terra pedem que o governo federal cumpra um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público Federal (MPF/RS) em novembro do ano passado. O acordo previa o assentamento de mil famílias até abril e de mais mil até dezembro deste ano. O Incra alega que o prazo da primeira etapa foi prorrogado até setembro porque o MPF/RS reconheceu que há dificuldades para desapropriar e adquirir terras no Estado. "Eles mudaram o prazo sem dar satisfações a ninguém", rebate Inês. "Eles pensam no tempo deles e não no tempo das famílias que ficam anos sob as lonas", acusou.

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