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Índios decidem continuar ocupação da Funasa no AM

Por Liege Albuquerque
Atualização:

Os cerca de 350 indígenas que ocupam o prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) há dez dias decidiram continuar o movimento por tempo indeterminado. "Não vamos mais tolerar ''disse-me-disse'' da Funasa: vamos resistir até a guerra, se preciso for", afirmou Isael Mundurucu, um dos líderes da manifestação e indicado pelos indígenas para administrar o Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Manaus. Durante quatro horas na manhã de hoje, os indígenas se reuniram na 1ª Vara da Justiça Federal para apresentar suas razões para a ocupação do prédio à juíza Jaíza Fraxe. A juíza anunciou que dará sua sentença sobre o impasse apenas depois que a Funasa apresentar alguma garantia de acordo com os indígenas. Durante a audiência, o secretário de Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim, apresentou à juíza e aos indígenas a proposta de um mandato tampão exercido pelo funcionário da Funasa Narciso Cardoso na coordenação do órgão no Estado. "Os indígenas saíram daqui com essa proposta, vão refletir e devem, depois disso, definir o impasse", disse a juíza. Durante a audiência, a juíza criticou a intenção da Funasa em pedir a reintegração de posse do prédio à Polícia Federal enquanto não forem fechadas as negociações com os indígenas. Os indígenas querem Silvio Tucano como superintendente da Funasa no Amazonas, substituindo Margareth Menezes Neiva Eulália, e Isael no Dsei-Manaus, no lugar de Maurasina Sabóia. Também reivindicam mudança na portaria 2.256 do Ministério da Saúde, que municipaliza os recursos da Funasa. O representante da Funasa de Brasília, Pedro Paulo Silva, afirmou que iria levar à superintendência as propostas para que na próxima semana seja dada a resposta aos indígenas quanto aos pedidos de exoneração e dos protestos em relação à portaria.

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