Inflação surpreende e IPCA-15 sobe 0,40% em janeiro

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Por Redação
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A inflação ao consumidor brasileiro abriu o ano em ritmo mais forte do que o esperado pelo mercado, puxada pela alta dos alimentos e os reajustes das tarifas de ônibus em diversas regiões do país. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,40 por cento em janeiro, superando o avanço de 0,29 por cento de dezembro e até mesmo a mais alta das estimativas ouvidas pela Reuters, de 0,35 por cento. "O principal impacto no índice do mês foi exercido pelas tarifas dos ônibus urbanos, cuja alta de 2,35 por cento em janeiro representou 0,09 ponto percentual de contribuição no índice geral", afirmou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo, em comunicado divulgado nesta sexta-feira. O IPCA-15 é tido como uma prévia do IPCA, o índice que serve de referência para a meta de inflação do governo. A metodologia de cálculo é a mesma, apurando a variação de preços para famílias com renda de até 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas do país. A diferença está no período de coleta, já que o IPCA mede o mês calendário. Além dos transportes, os alimentos também contribuíram para a inflação mais salgada neste início de ano. De acordo com o IBGE, os alimentos sofreram um reajuste de 0,72 por cento em seus custos, mais do que o dobro da alta de 0,34 por cento registrada em dezembro do ano passado. Ainda assim, o IBGE destaca que a variação acumulada pelo índice em 12 meses caiu de 6,10 por cento para 5,79 por cento, já que em janeiro do ano passado o IPCA-15 havia subido 0,70 por cento. O comportamento da inflação é determinante para a política de juro do Banco Central. Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu por cinco votos a três cortar a taxa Selic em 1,0 ponto para 12,75 por cento. Na avaliação do BC, o comportamento da inflação até aquele momento abria espaço para um corte de juro mais agressivo, sem representar prejuízo para o cumprimento da meta de inflação, fixada em 4,5 por cento, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. (Por Renato Andrade)

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