Invasão de sem-teto suspende aulas em universidade no CE

Mesmo com ordem da Justiça de desocupação, 800 sem-teto permanecem acampados na UFC desde 24 de abril

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Por CARMEN POMPEU
Atualização:

As aulas no campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC) foram suspensas nesta sexta-feira, 9. A medida foi tomada, segundo a administração da UFC, por causa da invasão de famílias de sem-teto, que já se estende por duas semanas em uma parte do campus. De acordo com o reitor em exercício, Jesualdo Pereira Farias, as aulas serão retomadas somente quando os sem-teto saírem. Mesmo com ordem da Justiça para que desocupem o terreno da universidade, 800 sem-teto permanecem acampados na área desde o dia 24 de abril. Uma operação foi montada pela Polícia Federal (PF), com o apoio da Polícia Militar, para a desocupação do terreno. A data e a hora não foram informadas para, segundo a PF, não atrapalhar a execução do plano. A lentidão para cumprir a reintegração de posse dada pela Justiça - cujo prazo venceu no dia 1º de maio - deixa os professores apreensivos. "Estamos indignados, particularmente, com a omissão das autoridades federais, do governo do Estado e da prefeitura de Fortaleza, uma vez que nenhuma ação efetiva foi realizada a partir do momento em que expirou o prazo estipulado pela Justiça Federal para a desocupação da área", diz a nota assinada por diretores dos centros e faculdades da UFC. Com 212 hectares, o campus do Pici é o maior da UFC. Abriga os centros de Ciências, Ciências Agrárias e Tecnologia. De acordo com a administração da universidade, a instituição já contabiliza um prejuízo de R$ 1,7 milhão causado pela invasão. A suspensão das aulas, que atinge 14 mil estudantes e 600 funcionários, entre professores e servidores, foi adotada, conforme nota divulgada pela reitoria, em nome da segurança dos estudantes e dos funcionários.

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