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IPTU 'sufoca' idosos de bairros centrais

Por Artur Rodrigues
Atualização:

Portão baixo, jardim com flores na frente, sem garagem. A casa da aposentada Elizabeth Koch, de 68 anos, é a mesma de 1954, quando a família se mudou para lá. O que mudou radicalmente foi o bairro, a Vila Mariana. Ali, brotaram torres de alto padrão que fizeram da região uma das mais valorizadas de São Paulo, o que a incluiu entre as que deverão ter um dos maiores aumentos de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) no próximo ano. Elizabeth faz parte de um grupo de pessoas que temem ser o mais penalizado pelo aumento progressivo proposto pela gestão Fernando Haddad (PT), que pode chegar a 30% para residências e 45% para comércio. São aposentados com rendimentos um pouco acima da faixa que dá direito à isenção (três salários mínimos), que continuam morando em sobradinhos em que passaram a vida, apesar da verticalização e do boom imobiliário do bairro. A proposta enviada à Câmara Municipal pela Prefeitura dividiu a cidade em três zonas fiscais. A primeira, que abrange o centro expandido e bairros das zonas sul e oeste, é onde o valor venal (uma das bases de cálculo do IPTU) é mais alto. Os valores diminuem rumo à periferia. O mapa com as zonas fiscais coincide com outro, de um estudo feito pela própria Prefeitura em 2011, que mostra as zonas com maior índice de envelhecimento. Bairro de Elizabeth, a Vila Mariana está entre os que têm mais idosos na capital - 181,27 para cada 100 pessoas de até 14 anos. Na casa da aposentada, também moram a irmã de 78 anos e a mãe, de 100. A média de aumento do IPTU no bairro das três será de 29,95%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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