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Irã ameaça atacar Tel Aviv e navios dos EUA em caso de agressão

Por PARISA HAFEZI E ZAHRA HOSSEINIAN
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O Irã vai atacar Tel Aviv e interesses norte-americanos no mundo todo -- inclusive navios dos EUA no golfo Pérsico -- caso sofra agressões militares, disse um assessor do líder supremo Ali Khamenei em discurso divulgado na terça-feira. "À primeira bala disparada pela América contra o Irã seguir-se-á a queima pelo Irã dos interesses vitais [dos EUA] em torno do globo", disse Ali Shirazi em discurso à Guarda Revolucionária, segundo a agência estudantil de notícias Isna Os EUA e seus aliados suspeitam que o Irã queira desenvolver armas nucleares, o que Teerã nega. No campo diplomático, a França, que preside a União Européia neste semestre, anunciou uma nova missão a Teerã do chefe da diplomacia européia, Javier Solana, para discutir um pacote de incentivos oferecido em junho, com o objetivo de convencer o Irã a abrir mão de suas atividades nucleares. O Irã apresentou na sexta-feira uma resposta formal à proposta feita por EUA, França, Grã-Bretanha, China, Rússia e Alemanha. Não foi divulgada a data da nova viagem de Solana. Na segunda-feira, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, qualificou como "ilegítima" a principal pré-condição do pacote internacional, a de que o país suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio. As declarações de Shirazi agravam uma guerra de palavras que alimenta os temores de uma guerra e faz o petróleo atingir cotações recordes nas últimas semanas. "O regime sionista [Israel] está pressionando as autoridades da Casa Branca a atacarem o Irã. Se eles cometerem tal estupidez, Tel Aviv e os navios dos EUA no golfo Pérsico serão os primeiros alvos do Irã e serão queimados", disse Shirazi, segundo a Isna. Shirazi, um clérigo de médio escalão, é o representante do líder supremo Khamenei junto à Guarda Revolucionária. O governo de Israel evitou comentar as declarações de Shirazi, que não afetaram o mercado financeiro israelense. Em visita a Jerusalém, o chanceler italiano, Franco Frattini, disse que um ataque ao Irã seria uma "catástrofe," que deve ser evitada pela ação diplomática. (Reportagem adicional da redação de Jerusalém, Emmanuel Jarry em Toyako (Japão) e Lin Noueihed em Dubai)

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