Iraque detém mendigos para evitar ataques suicidas

Moradores de rua estariam sendo usados em atentados suicidas da rede Al-Qaeda

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Por Da BBC Brasil
Atualização:

O Ministério do Interior do Iraque determinou que as forças de segurança do país detenham mendigos e pessoas com problemas mentais para evitar que elas sejam usadas em ataques suicidas, segundo informou a BBC Brasil.  A medida foi tomada depois das acusações de autoridades americanas e iraquianas de que ataques suicidas recentes no Iraque foram realizados por mulheres com problemas mentais.   O Ministério do Interior informou que a ordem começou a ser cumprida na terça-feira e alguns dos detidos já foram recolhidos das ruas de Bagdá.   Todos os detidos sob a novo ordem das autoridades iraquianas serão enviados para instituições psiquiátricas ou de volta às suas famílias. Para justificar a medida, a polícia argumenta que mendigos e pessoas com problemas mentais estão mais vulneráveis à exploração pela organização extremista Al-Qaeda ou por outros grupos para que participem de ataques suicidas.   Autoridades americanas e iraquianas afirmam que pelo menos dois ataques suicidas em Bagdá foram realizados por mulheres com problemas mentais.   As mulheres teriam sido enganadas ou convencidas por militantes a utilizar acessórios com explosivos e entrar em uma área comercial de Bagdá.   As bombas explodiram quase simultaneamente em um mercado de animais no dia 1º de fevereiro e deixaram quase cem mortos.   O porta-voz das Forças Armadas americanas no Iraque, almirante Gregory Smith, afirmou que não há dúvidas de que as duas mulheres tinham problemas mentais. "As duas envolvidas nos ataques ao mercado de animais certamente tinham um histórico de tratamento psiquiátrico", disse Smith. "Fomos informados sobre os seus casos, sabemos exatamente quem eram essas mulheres", acrescentou o almirante. "E temos algumas provas de que essas mulheres passaram por tratamentos intensivos para problemas psiquiátricos."   Na semana passada, o diretor de um hospital psiquiátrico de Bagdá foi preso sob suspeita de ter fornecido à Al-Qaeda informações sobre os pacientes do hospital.   As ordens de prisão para mendigos, moradores e crianças de rua e pessoas com problemas mentais foram expedidas de acordo com leis da época em que Saddam Hussein era o presidente do Iraque.  

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