A Irmandade Muçulmana disse neste sábado que irá disputar até metade das cadeiras do parlamento egípcio nas eleições previstas para setembro. Entretanto, o grupo disse que não irá propor um candidato para o cargo de presidente em uma eleição que será realizada depois da parlamentar. A Irmandade Muçulmana é considerada a principal força política no Egito após a saída de Hosni Mubarak em fevereiro, e a dissolução do Partido Nacional Democrático. Em um comunicado divulgado depois de uma reunião do Conselho Shura (consultivo) para discutir o assunto , o grupo afirmou que tinha decidido concorrer a "entre 45 e 50 por cento dos assentos do parlamento." Desde a saída de Mubarak por uma revolta em massa, a irmandade afirma que não busca o poder, e disse que não vai tentar a presidência ou a maioria do parlamento. O grupo é visto com desconfiança por Washington, embora seja considerado o único grupo realmente organizado do Egito, e calcula que pode conquistar até 30 por cento dos votos em uma eleição livre. Embora fosse proibida por Mubarak, a Irmandade Muçulmana era tolerada, desde que não fosse um desafio ao seu poder. O grupo islâmico foi fundado em 1920 em possui profundas raízes na conservadora sociedade muçulmana do Egito. (Reportagem de Yasmine Saleh)