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Itália vota projeto de lei para impedir eutanásia de Eluana

Italiana entra no terceiro dia sem alimentação e hidratação, em processo de morte assistida a pedido da família

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Por Redação
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Começa a ser votado nesta segunda-feira, 9, o projeto de lei que o premiê italiano, Silvio Berlusconi, apresentou para evitar a morte de Eluana Englaro, a italiana em estado vegetativo a quem foi suspensa a alimentação, começa hoje seu processo de aprovação que poderia concluir na próxima quarta-feira. Veja também Entenda o caso Eluana Englaro Opine: você concorda? O Executivo de Silvio Berlusconi espera aprovar em tempo recorde este projeto de lei antes que "seja demais tarde" e os médicos declarem que as condições físicas de Englaro, de 38 anos e em estado vegetativo desde 1992, são irreversíveis após a suspensão da alimentação. A corrida contra-relógio começará hoje quando às 19h locais (16h de Brasília) o projeto de lei for apresentado no Senado, em uma sessão que pode durar toda a noite. Após a votação no Senado, o texto passará à Câmara dos Deputados na sessão de amanhã, às 18h locais (15h de Brasília). Mesmo se o projeto de lei passar pelas duas Câmaras, porém, ele ainda precisará da assinatura do presidente da República, Giorgio Napolitano, que já se manifestou contrário à proposta de lei. Redução de alimentação Eluana Englaro entra hoje no terceiro dia seguido sem alimentação e hidratação. A família quer ajudar a mulher, em coma desde um acidente de trânsito em 1992, a morrer. O pai de Eluana, Beppino Engarlo, disse em entrevista que "não fez mais do que dar voz a Eluana". Beppino questinou a Igreja Católica, que tenta se impor em um caso que ele "viveu com mais dor do que qualquer um outro". O neurologista Carlo Alberto Defanti, quem cuida de Eluana, de 38 anos, desde que esta sofreu o acidente de trânsito que a deixou em coma, em 1992, disse à agência de notícias italiana Ansa que, "por enquanto, as condições clínicas são estáveis", e confirmou que continua "a suspensão total da nutrição artificial". Beppino afirma que a decisão de interrmoper a alimentação e hidratação de sua filha seria por vontade da própria. Ele lembra o caso de uma amiga de Eluana que sofreu um acidente e ficou em estado semelhante. Eluana, ao tomar conhecimento da condição da amiga, teria afirmado que não gostaria de permanecer viva se um dia ficasse numa situação dessas. A equipe de médicos que se ofereceu como voluntária para ajudar no procedimento de Eluana, internada desde 2 de fevereiro na clínica La Quiete, em Udine, no nordeste da Itália, suspendeu no sábado totalmente a alimentação e hidratação por sonda à italiana. O protocolo médico consiste agora em administrar apenas sedativos e antiepilépticos, enquanto se espera a morte por desidratação, que, segundo os especialistas, pode ocorrer em cerca de 15 dias.

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