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Jornal denuncia falhas em compra de emissões de CO2

Empresas que validam projetos podem estar atuando incorretamente

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Por Redação
Atualização:

Os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecidos no Protocolo de Kyoto para ajudar os países desenvolvidos a cumprir suas metas de redução de emissões de CO2, têm sido prejudicados por uma série de irregularidades, denunciou neste sábado o jornal britânico "The Guardian". O jornal fez uma investigação sobre o funcionamento dos MDL, que possibilitam que os países que não podem cumprir seus compromissos de redução de emissões compensem o excesso comprando direitos em outros países ou promovendo investimentos ecológicos em países em vias de desenvolvimento. Os MDL permitem que as empresas obtenham Certificados de Redução de Emissões (CER), que podem empregar no mercado de direitos de emissão ou utilizar para cumprir a sua cota nas suas instalações. Dez anos depois de a iniciativa ser apresentada em Kyoto e um ano e meio depois da entrada em vigor, os MDL emitiram até agora Certificados para 50 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono. O volume, lembra o "Guardian", é inferior às emissões produzidas no Reino Unido em um mês. Segundo o jornal, até 20% dos CER podem ter sido expedidos sem as inspeções necessárias. A utilização dos certificados por Governos e empresas européias para justificar os aumentos em suas emissões pode ter como conseqüência um aumento dos gases do efeito estufa na atmosfera. Segundo o jornal, os problemas maiores estão nas 17 empresas especializadas que validam e verificam projetos nos países desenvolvidos, que permitem obter os certificados. Em três delas, a má atuação obrigou a direção executiva dos MLD a ordenar inspeções. Além disso, o jornal cita um especialista segundo o qual a terça parte do projetos desenvolvidos na Índia não produz nenhum corte adicional nos gases do efeito estufa e foi aprovada incorretamente.

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