Juiz indicia Menem por venda ilegal de armas

É a 2ª vez que ex-presidente é acusado por contrabando a Equador e Croácia, de 91 a 95.

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Por Daniel Schweimler
Atualização:

Um juiz argentino indiciou o ex-presidente Carlos Menem por seu suposto envolvimento com a venda ilegal de armas para Croácia e Equador durante o seu governo (1989-1999). O passaporte do ex-presidente, de 77 anos, foi retido e seus bens, avaliados em R$ 120 milhões, foram bloqueados de forma que possam ser usados para pagar eventuais multas em decorrência de uma condenação. Menem, que havia manifestado interesse em concorrer à Presidência nas eleições de oututubro, nega estar envolvido em qualquer irregularidade. O prazo para a inscrição das candidaturas termina neste sábado à noite, segundo informações do jornal La Nación. Menem é acusado de envolvimento na venda de 6,5 mil toneladas de armamentos, entre rifles, canhões, foguetes e munições, ao Equador e à Croácia entre 1991 e 1995. À época, o Equador estava em guerra com o vizinho Peru e a Croácia, envolvida no violento processo de desintegração da antiga Iugoslávia. Os responsáveis pelo contrabando teriam dito que os armamentos estavam indo para o Panamá e a Venezuela. Segundo o juiz, muitos dos US$ 37 milhões ganhos nas transações ilegais foram gastos com subornos. Esta é a segunda vez que Carlos Menem é formalmente acusado pelo caso. Na primeira vez, seis anos atrás, um painel de juízes - a maioria dos quais havia sido nomeada durante o seu governo - o absolveu. Apesar das suas pretensões políticas, Menem é visto com desdém por grande parte dos argentinos e seus dez anos no poder são geralmente lembrados como um período marcado por escândalos de corrupção. O ex-presidente foi recentemente derrotado nas eleições para governador, em que concorreu pela província de Rioja, sua terra natal. Ficou em terceiro lugar no pleito, realizado em agosto. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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