Juíza rejeita proibição do filme 'Tropa de Elite'

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

Depois de assistir a uma cópia pirata de Tropa de Elite, a juíza da 1ª Vara Cível do Rio, Flávia de Almeida Viveiros de Castro, negou pedido feito por policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope) com o intuito de impedir a exibição do filme. Os PMs consideram que o longa - que ainda não foi lançado, mas foi pirateado e assistido por milhares de pessoas - mancha a imagem da unidade, a mais bem treinada da PM. A juíza assistiu a uma versão pirata vendida por camelôs do centro do Rio e anexada ao processo pelos autores da ação. Ela entendeu que não existem ataques ao Bope ou à PM. Para Flávia, "as críticas feitas são ao sistema. E não há conceito mais aberto, mais indeterminado do que este". Na ação, pelo menos 19 oficiais do Bope pediram que fosse suspensa a comercialização, veiculação e exibição do filme, segundo a Justiça informou. Para eles, o Bope representado é "uma horda de assassinos e torturadores". Os PMs reclamaram também porque consideraram que alguns personagens são identificáveis (apesar dos nomes trocados). Tropa, primeiro longa do diretor José Padilha, do documentário Ônibus 174, mostra policiais torturando e matando desafetos. No entanto, na visão da juíza, "a narrativa do filme demonstra que ninguém é inocente nas largas avenidas ou nas vielas e becos da cidade do Rio de Janeiro. Vive-se em estado de guerra, de violência extrema e de corrupção, mas também de determinação, garra e coragem." O advogado dos policiais, Rodrigo Roca, disse que vai recorrer da decisão.

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