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Júri de acusados de matar índio em MS entra no 2º dia

Por MARÍLIA LOPES
Atualização:

O segundo dia de julgamento dos acusados pelo assassinato do cacique guarani-kaiowá Marcos Veron, no interior de Mato Grosso do Sul, teve início hoje. Ontem, a juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal, realizou o sorteio dos sete jurados e foi feita a leitura das peças processuais. No início do julgamento, a juíza negou um pedido da defesa para anular a realização do júri sob a alegação de que a Justiça Federal não teria competência para julgar o caso.Ao longo do julgamento, que deve durar de oito a 15 dias, serão ouvidas, por ordem, sete vítimas indígenas, cinco testemunhas de acusação (três indígenas), duas testemunhas de defesa e uma testemunha do juízo. Em seguida ocorrerá o interrogatório dos três acusados. Os debates devem durar em torno de 10 horas.CrimeO crime aconteceu entre os dias 12 e 13 de janeiro de 2003 no município de Juti, na região de Dourados. Na ocasião, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram nos líderes indígenas, incluindo o cacique Veron, que na época tinha 72 anos.Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e Carlos Roberto dos Santos, por homicídio consumado. Eles respondem também pelos crimes de tortura, sequestro e formação de quadrilha.Foragido, o acusado Nivaldo Alves Oliveira teve seu processo desmembrado e suspenso. O caso foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do Ministério Público Federal (MPF), por dúvida quanto à isenção dos jurados locais.

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