Kassab é alvo de ataques de Alckmin e Marta em debate

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Por MAURÍCIO SAVARESE
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O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição Gilberto Kassab (DEM) foi o alvo preferencial dos principais rivais no debate realizado pela TV Record na noite de domingo. Geraldo Alckmin (PSDB), que disputa com Kassab uma vaga no segundo turno, manteve elevado o tom das críticas contra o prefeito. Marta Suplicy (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, também centrou fogo em Kassab, que reagiu com mais vigor aos ataques dela do que aos do tucano. Kassab, no entanto, não conseguiu seguir sua estratégia de evitar responder às agressões do ex-governador e partiu para o confronto. O debate, que teve média de 13 pontos de audiência na Grande São Paulo, segundo a emissora, também mostrou os adversários de Marta fazendo pesadas críticas contra a sua gestão à frente da prefeitura entre 2001 e 2004. Mas a troca de farpas entre Kassab e Alckmin acabou dominando o programa, sempre com o tucano iniciando as provocações. "Eu sou do PSDB, o Kassab é do DEM, do ex-PFL. O aliado do Kassab é o Quércia," disse Alckmin em sua primeira intervenção, referindo-se à aliança entre o atual prefeito e o PMDB do ex-governador paulista Orestes Quércia. Kassab, cuja candidatura divide o PSDB, uma vez que ele era vice do hoje governador José Serra, devolveu em seguida. "Antes de cair nas pesquisas ele não tinha esse discurso. Quando me escolheram vice do Serra, ele me aplaudiu, me convidou para participar do seu governo e compor o seu governo. Chegou a me convidar para ser candidato a governador em 2010 apoiado por ele," acusou Kassab. Alckmin negou ter feito o convite e, ao criticar as alianças do atual prefeito, lembrou que sempre esteve ao lado de líderes históricos do PSDB. "Hoje é fácil se ligar ao Serra, que é governador, é poderoso," disse ele após Kassab afirmar que seguiu "à risca" o plano de governo da chapa PSDB-DEM pela qual foi eleito há quatro anos. Marta atacou Kassab e voltou a dizer que o prefeito copia suas propostas e quando dá seguimento a suas criações na prefeitura o faz pior ou com atraso, como no caso dos CEUs, Centros Educacionais Unificados. Ela foi questionada sobre as taxas que criou (lixo, luz) e revidou afirmando que o governo do Estado, do PSDB, tem pedágio, uma forma de imposto, segundo a petista, e IPVA alto. SEGUNDO TURNO "Isso não vai dar certo. Não vai dar certo para o segundo turno," repetia um vereador tucano defensor da candidatura Kassab presente à platéia da Record. O senador petista Aloizio Mercadante pensou o mesmo. "O clima entre eles está bem ruim. O Kassab, que parece ter boas chances de seguir para o segundo turno, está devolvendo em vez de assimilar e tentar atrair o pessoal do Alckmin. No segundo turno eu acho difícil eles andarem juntos," comentou. Um integrante da campanha do tucano disse à Reuters que pesquisas internas feitas durante o debate mostraram que Alckmin teve uma receptividade acima da esperada por conta dos ataques e que Kassab frustrou a expectativa dos eleitores ouvidos por ter se mostrado tenso e por ter deixado sem resposta os ataques mais agudos do tucano e da petista. Além das fricções entre o tucano e o democrata, os candidatos Paulo Maluf (PP) e Soninha Francine (PPS) fizeram um debate à parte, trocando acusações e, muitas vezes, causando risos na platéia e em alguns dos candidatos -principalmente Marta, Alckmin e Ciro Moura (PTC), que apesar de contar com pouca intenção de voto centrou ataques na petista e no tucano. Também participaram do debate os candidatos Ivan Valente (PSOL) e Renato Reichmann (PMN). O próximo e último debate do primeiro turno será na quinta-feira na Rede Globo.

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