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Lacerda é exonerado da Abin e vai ser adido policial em Portugal

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou nesta segunda-feira, por meio de decreto, Paulo Lacerda da diretoria-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o nomeou adido policial na embaixada do Brasil em Portugal. Segundo comunicado oficial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a quem a Abin está subordinada, o secretário de Planejamento e Orçamento da instituição, Wilson Roberto Trezza, permanece no cargo de forma interina. Lacerda estava afastado da Abin desde setembro, quando toda a cúpula do órgão foi afastada depois da denúncia de que vários agentes participaram sem autorização da Operação Satiagraha, da Policia Federal. Antes da Abin, Lacerda fora diretor-geral da PF. A situação de Lacerda ficou mais frágil após denúncia de que a Abin teria grampeado o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, ministros e políticos do governo e da oposição. As suspeitas surgiram no rastro da Operação Satiagraha, que levou à prisão o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Os três já foram soltos por habeas corpus concedidos pelo presidente do STF. A participação de agentes da Abin na operação gerou críticas à investigação e uma crise entre as cúpulas da Abin e da PF e do Judiciário e do Executivo. No dia 19, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência arquivou sindicância sobre a participação de agentes da instituição na Operação Satiagraha. O órgão concluiu que integrantes da agência não realizaram escutas telefônicas. A exoneração da Abin foi um pedido do próprio Lacerda e uma saída negociada, segundo fonte do Planalto. Seu afastamento da Abin iria expirar agora e qualquer decisão do governo era tida como delicada. A exoneração pura e simples seria vista como punição, e se reassumisse o cargo seria constrangedor, pois ainda existe um inquérito da PF em andamento. O ministro da Justiça, Tarso Genro, já convidara Lacerda para ser adido policial na embaixada brasileira em Portugal e o ex-diretor da Abin acabou aceitando. (Reportagem de Fernando Exman)

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