Ladrões rondam de barco para furtar casas vazias de SC

Bairros são abandonados devido das cheias; moradores deixam móveis nos andares de cima das residências

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Por AE
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Há dois dias, a família de Alcendino Pereira, de 84 anos, dorme preocupada com o medo de saques. À meia-noite, homens de barco começaram a rondar a sua casa, ainda com quase 1 metro debaixo d'água por causa das enchentes em Santa Catarina. Muita coisa foi perdida, mas outro tanto pode ser salvo no andar superior. Os saqueadores sabem disso e estão aproveitando as casas vazias para furtar o que podem. Veja também: Temporão anuncia R$ 100 milhões para medida de socorro BRs-376 e 101 são parcialmente liberadas População pode consumir água de piscinas Cerca de 80 mil imóveis continuam sem luz Chuva deve continuar até sexta-feira Banco do Brasil anuncia ajuda a clientes de Santa Catarina Força Nacional de Segurança segue nesta tarde para SC Defesa Civil abre conta para doações Tragédia em Santa Catarina  Veja galeria de fotos dos estragos em SC   Número de vítimas deve subir  Para governador, será preciso muito recurso  Morador de Blumenau relata a situação        "Eles começavam a falar qualquer coisa para ver se tem gente na casa", lembra Ricardo Arno Bitencourt, de 57 anos, genro de Pereira. "A gente respondeu, sem nem abrir a janela. Então eles disseram: "Vocês não dormem cedo? Eles queriam entrar." Por toda Itajaí e Navegantes, cidades em que as águas ainda encobrem bairros inteiros e abandonados, moradores estão ilhados para defender seus bens. "Ninguém do resgate veio para cá, só vocês (repórteres)", diz Pereira. Para chegar às casas ainda submersas, é preciso ir de barco. Há propriedades aparentemente vazias, mas ao menor sinal de aproximação aparece alguém. Quem pode vai tentando limpar tudo aos poucos e recuperar o que as cheias não estragaram. Na casa de Pereira, guarda-roupas, armários, pia e colchões se perderam. Para o andar de cima foram levados televisores, geladeiras, fogões e até computadores dos vizinhos.

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