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Lançamentos no Brasil

Naquele DiaDennis LehaneCompanhia das Letras692 págs., R$ 59Lehane volta a Boston em narrativa de tons épicos

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Por Redação
Atualização:

Foram anos agitados em Boston. Em 1918, uma epidemia de gripe, seguida de ataques terroristas assumidos por grupos anarquistas e, um pouco mais tarde, episódios de tensão racial; e, em 1919, a decisão por parte do sindicato dos policiais de se unir a outros trabalhadores em greve. Junte a esse quadro denúncias de má gestão nos Boston Red Sox, equipe de beisebol local, e temos o cenário do novo romance de Dennis Lehane, traduzido por Luciano Vieira Machado. Ainda que ambientada em Boston, palco dos principais livros de Lehane, a obra mostra, segundo John Freeman, do New York Times, "a tentativa do escritor de trabalhar em uma escala mais ampla, histórica, com uma prosa de tons épicos".

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Feijoada no ParaísoMarco CarvalhoRecord158 págs., R$ 34,90Fragmentos, casos, lendas e fantasias de um homem

"Essa é a história de Manoel Henrique, filho de Maria Haifa e João Grosso, contada por ele mesmo desde antes e até depois do tempo em que virou Besouro, capoeirista famoso de Santo Amaro de Nossa Senhora da Purificação, na Bahia", escreve logo no início do livro o autor Marco Carvalho. A obra, na verdade, não segue um critério estritamente cronológico; não é, diz ainda o autor, uma biografia. Antes, trata-se da reunião de fragmentos, casos, histórias e narrações herdadas da tradição oral sobre esse personagem, "mesmo porque tudo o que dizem sobre ele é e será sempre, de uma forma ou de outra, lenda e fantasia". Feijoada no Paraíso serviu de inspiração ao filme Besouro, de Marco Carvalho, em cartaz em São Paulo.

Pedra de SolOctavio PazAnnablume/Demônio Negro86 págs., R$ 45O tempo recriado na poesia de Octavio Paz

O tradutor Horácio Costa coloca Pedra de Sol, agora reeditado, como "um dos textos centrais da produção poética de Octavio Paz". O livro foi escrito em 1957, no México, e coloca o autor lado a lado com duas correntes que o marcaram ao longo de seu trabalho, o Simbolismo e o Surrealismo. O ponto de partida para a escrita é a gigantesca Pedra do Sol, calendário da civilização asteca, que determina o tempo como sendo um recorte possível ao homem do continuum temporal - e o faz de maneira cíclica. Assim, o poema também assume esses contornos, voltando-se a si mesmo. Costa, no entanto, ressalta que a volta ao passado não exclui a preocupação do poeta com as questões de sua época.

Falando da SociedadeHoward S. BeckerJorge Zahar Editores308 págs., R$ 44O que a arte tem a dizer a respeito do mundo

Professor da Universidade da Califórnia, o autor afirma que, incansável frequentador de cinemas, teatros e bibliotecas, sempre teve certeza de estar aprendendo sobre a sociedade ao ver um filme, uma peça ou ler um livro. É desse ponto de partida que ele constrói sua obra. Na primeira parte, discute conceitualmente a representação social por meio da arte; na segunda, analisa casos que considera representativos, escrevendo sobre peças como Major Barbara, de Bernard Shaw, filmes como Titticut Follies, de Frederick Wiseman, e livros como Orgulho e Preconceito, de Jane Austen, ou As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. A tradução é de Maria Luiza X. de A. Borges e Karina Kuschnir,

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O Mais Potente dos Afetos:Spinoza e NietzscheAndré Martins (org.)WMF Martins Fontes, 308 págs., R$ 59Encontros possíveis entre Spinoza e Nietzsche

Escreve Nietzsche ao historiador Franz Overbeck, em julho de 1881: "Estou totalmente estupefato, maravilhado! Tenho um precursor, e que precursor! Eu não conhecida quase nada de Spinoza: que eu seja agora impelido a ele, foi um ato "instintivo"." Não por acaso, este livro, organizado por André Martins, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tenta mostrar as aproximações possíveis entre os dois pensadores a partir de seis tópicos: o conhecimento como o mais potente dos afetos; a negação do livre-arbítrio; a negação da teleologia; a negação da ordem moral do mundo; a negação do desinteresse; e a negação do mal. Entre os colaboradores do volume estão Marilena Chauí e Oswaldo Giacóia Jr.

Os Músicos NegrosAntônio Carlos dos SantosFapesp203 págs., R$ 38Interpretação musical dos escravos no Brasil Colônia

Se o conhecimento que temos da música produzida no período colonial brasileiro é, na melhor das hipóteses, entrecortado, com poucos estudos e referências a um punhado limitado de nomes, o que dizer então do trabalho desenvolvido com a música por sujeitos que, naquele instante, se encontravam à margem da sociedade e da história? É desse enfoque que surge o ineditismo do livro do musicólogo Antônio Carlos dos Santos. A partir de uma extensa pesquisa em documentos de época, ele recria a música produzida e interpretada por escravos da Real Fazenda de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, entre 1808, data da chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, até 1870.

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