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Laudos confirmam lesões em moça presa no PA

Por CARLOS MENDES
Atualização:

Dos seis exames feitos pelo Centro de Perícias Renato Chaves na menina L., que ficou 24 dias numa cela com vinte homens da cadeia de Abaetetuba, no Pará, três tiveram resultado positivo para lesões corporais em fase de cicatrização, conjunção carnal e ato libidinoso. Outros dois exames deram negativo para gravidez e contágio de doenças sexualmente transmissíveis, enquanto o último, feito na arcada dentária da garota, comprovou que ela tem idade entre 15 e 17 anos. O delegado-geral adjunto, Justiniano Alves Junior, que anunciou o resultado, disse que as investigações deverão apontar em que circunstâncias aconteceram as lesões na garota. Em depoimento ao Conselho Tutelar, ela teria dado o nome dos presos que a violentaram sexualmente em troca de comida. A menina, que também apresentava marcas de queimaduras nos pés, disse que os presos a queimavam com pontas de cigarro enquanto dormia. Alves Junior não entrou em detalhes sobre o conteúdo dos laudos, dizendo apenas que as investigações para apuração de responsabilidades pelo que aconteceu com a menina estão bastante adiantadas. "Tudo estará encerrado antes do prazo de 30 dias estabelecido por lei", resumiu o delegado. Durante a entrevista, o delegado evitou comentar a situação do chefe da Polícia Civil, delegado Raimundo Benassuly. Ontem, em Brasília, durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado, Benassuly declarou que a garota tinha "alguma debilidade mental" por não ter dito que era menor de idade. Alves Junior afirmou que ela não foi submetida a exames de sanidade mental. De acordo com levantamento da polícia, 47 mulheres estavam presas em delegacias do interior do Pará - mas não se sabe quantas dividem celas com homens. Em 12 delegacias de Belém estão sendo preparadas instalações provisórias para abrigar mulheres e adolescentes vindos do interior.

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