Leite materno é bom, mas não previne alergias

O leite materno sempre foi tido como o melhor para os bebês. Mas cientistas acreditam que ele aumenta o risco de alergias

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Por Agencia Estado
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Cientistas acreditavam que alimentando seus bebês com leite materno durante os seis primeiros meses de vida, as mães só teriam benefícios. Entretanto, segundo o site News Scientist, os pesquisadores têm dúvidas se isso é realmente verdade. Há vinte anos, pesquisadores finlandeses do Helsinki Skin and Allergy Hospital, propuseram a 200 mães que amamentassem seus bebês durante o maior tempo possível. As crianças sofreram com alergias quando tinham 5, 11 e 20 anos. Alimentar a criança apenas com leite materno durante nove meses ou mais também aparenta aumentar as chances do bebê desenvolver condições alérgicas como eczemas e hipersensibilidade a alguns alimentos. Aos 5 anos de idade, 56% das crianças com histórico familiar de alergia e que foram amamentadas durante nove meses ou mais tiveram sintomas alérgicos; enquanto apenas 20% das que foram amamentadas entre dois e seis meses sofreram pelos mesmos sintomas. Os pesquisadores notaram que crianças que desenvolveram alergias depois de serem alimentadas exclusivamente pelas mães estão mais suscetíveis durante o primeiro ano de vida, sugerindo que fatores ambientais, como exposição ao pólen, são os mais prejudiciais. O tipo de dieta e outras doenças são os fatores mais importantes no princípio das alergias, tanto na adolescência quanto na fase adulta. "A melhor hipótese é a de que o organismo se desenvolve corretamente quando há uma janela imunológica e isso ocorre quando ele é exposto à antígenos externos", afirma Maria Pesonen, uma das pesquisadoras. Leite de cabra é usado em sorvete para alérgicos Em Pirassununga, interior de São Paulo, pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA), da Universidade de São Paulo (USP), desenvolveram um sorvete que tem uma menor quantidade de caseína alfa-S1. A proteína, encontrada em grande quantidade no leite de vaca, aparece em teor reduzido nos caprinos. Segundo o site da FAPEST (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), o produto é indicado para pessoas que apresentam reações alérgicas ao sorvete tradicional, com grande quantidade de leite de vaca. Crianças e idosos são os que mais sofrem com alergias ao leite. Os principais sintomas são cólicas, vômitos e manchas na pele. Entretanto os pesquisadores alertam que alérgicos à lactose não devem consumir o produto, já que os níveis da substância em ambos é muito parecido. O sorvete promete ainda ser mais nutritivo, já que o leite de cabra possui maiores taxas de vitaminas A, B1, B12, C e D.

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