
27 de maio de 2011 | 00h00
Em ambos os sexos, o HPV pode causar câncer, embora, nas mulheres, a evolução para displasias - quadro prévio ao tumor - seja mais comum. Surgem cerca de 468 mil novos casos de câncer de colo de útero todos os anos. Quase todos podem ser atribuídos ao HPV.
A vacina foi aprovada depois de um estudo publicado no The New England Journal of Medicine (NEJM) que comprovou uma redução de 90% na incidência de verrugas genitais em homens de 16 a 26 anos que tomaram a vacina. Cerca de 4.065 homens participaram do estudo. As verrugas podem evoluir para câncer.
Por enquanto, a vacina, produzida pela farmacêutica MSD, estará disponível apenas na rede privada. As mulheres também não recebem a imunização na rede pública. As três doses do produto, necessárias para induzir a resposta imunológica, custam cerca de R$ 1 mil. O contágio ocorre principalmente por via sexual, mas, ao contrário do HIV, o preservativo não é tão eficaz.
Por isso, muitos especialistas defendem a vacinação. José Eduardo Levi, da Universidade de São Paulo (USP), recorda que o câncer de pênis ainda é raríssimo no País, mas o de colo de útero é o segundo mais prevalente entre as mulheres. A vacinação dos homens também serviria para proteger as parceiras.
Nos dois casos, a imunização deveria ocorrer antes do início da vida sexual para garantir a eficácia da vacina. Especialistas ligados ao governo federal ainda consideram o custo proibitivo para inclusão da vacina no calendário nacional de imunização.
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