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Líder cristão egípcio acusa novo gabinete de ser 'injusto'

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Por Redação
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O novo governo do Egito não representa os cristãos, afirmou o líder da Igreja Cóptica neste sábado, dizendo que apenas um assento no gabinete não é suficiente para representar uma comunidade que equivale a um décimo da população do país islâmico. O presidente islâmico, Mohamed Mursi, nomeou seu primeiro gabinete na quinta-feira, apoiando-se fortemente em burocratas, e incluiu três políticos islâmicos, um dos quais foi indicado para o cargo politicamente sensível de ministro da Educação. Cristãos que se juntaram a muçulmanos numa revolta de 18 dias que derrubou o líder político de longa data Hosni Mubarak no ano passado desejavam um governo mais inclusivo para compensar a crescente influência da Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi. O primeiro-ministro, Hisham Kandil's, nomeou duas mulheres para seu gabinete, mas desapontou grupos femininos. Muçulmanos salafi, que tiveram forte desempenho nas eleições parlamentares, não foram incluídos entre os ministros. O bispo Bakhomious, que substituiu o papa Shenouda após sua morte em março após quatro décadas na liderança da Igreja Ortodoxa Cóptica, disse ao jornal egípcio Al-Shorouk que esperava que cristãos fossem melhor representados. "Não congratularei o novo primeiro-ministro pela formação do novo governo porque ele é injusto (...) Esse gabinete é injusto para os cópticos", disse ele ao jornal. "Esperávamos um aumento na representação dos cópticos, especialmente após o número de ministérios crescer para 35. Mas essa formação ignorou todos os direitos conhecidos e os conceitos de cidadania", disse o bispo, no primeiro comentário oficial da Igreja sobre o novo gabinete. "Não é justo que os cópticos sejam tratados dessa maneira", adicionou Bakhomious, que está atuando como papa até que um sucessor de Shenouda seja eleito mais tarde neste ano. Nesse papel, ele é o principal representante político dos cópticos egípcios, a maior minoria cristã no Oriente Médio. (Reportagem de Yasmine Saleh)

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