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Líder da Coreia do Norte mantém agenda apesar de doença

Por JON HERSKOVITZ
Atualização:

A mídia norte-coreana disse na terça-feira que o líder do país, Kim Jong-il, manterá uma recheada agenda de visitas por todo o país, um dia depois de uma emissora de TV sul-coreana afirmar que ele sofre de um grave câncer no pâncreas que ameaça sua vida. A mídia do isolado país frequentemente mostrou Kim visitando fábricas, fazendas e bases militares neste ano, na tentativa de trazer um sentimento de normalidade ao país em meio a um período de incertezas, segundo especialistas. Eles afirmam que essas viagens também têm o objetivo de criar apoio interno ao líder de 67 anos, assim como os recentes testes com mísseis e com armas nucleares, movimentações militares vistas como tentativas de Kim para abrir caminho que seu filho mais novo o suceda no poder. "Se a aparição mudou severamente, isso vai apenas reforçar a visão dos norte-coreanos de que Kim Jong-il está saindo do seu habitual para trabalhar por eles, o que aumenta a simpatia do povo", disse Koh Yu-hwan, especialista em Coreia do Norte da universidade de Dongguk, na Coreia do Sul. A agência de notícias norte-coreana KCNA disse na terça-feira que Kim visitou uma fábrica de telhas. Foram divulgadas fotos da visita, cuja data é desconhecida, e Kim parecia fragilizado. "Ele expressou grande satisfação com o fato de os soldados construtores terem construído a moderna fábrica desta forma", disse a KCNA. São raras as vezes em que a Coreia do Norte mostra Kim como o grande líder que preside eventos estatais. Em vez disso, ele é visto com mais freqüência em fotos visitando cidades e vilas. Essas visitas lhe garantem a liderança ao dar a ideia de que ele compartilha da dor do povo e entende seus problemas, embora informações de inteligência deem conta de que ele vive uma vida de luxo. Apesar dos problemas de saúde, a mídia norte-coreana afirma que Kim fez mais de 80 visitas deste tipo neste ano, um grande incremento na comparação com o ano passado, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul. (Reportagem adicional de Christine Kim)

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