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Líder islâmico assume Presidência somali e tentará unificação

Por DAVID CLARKE
Atualização:

O líder islâmico moderado Xeique Sharif Ahmed foi empossado após vencer as eleições para presidente da Somália neste sábado e prometeu encerrar o conflito no país, promover a paz com os vizinhos e governar com honestidade e justiça. Analistas dizem que Ahmed tem uma chance real de reunificar os somalis devido às suas raízes islâmicas, ao apoio do Parlamento e a sua aceitabilidade pelo Ocidente. Mesmo assim, reconciliar 10 milhões de pessoas e encerrar um conflito sangrento que dura 18 anos não serão tarefas fáceis. Ahmed chefiou o movimento dos tribunais islâmicos, que trouxe alguma estabilidade para Mogadíscio e para a maioria do Sul da Somália em 2006, apesar de ter sido acusado no Ocidente de extremismo islâmico, antes que tropas etíopes invadissem o país e o destituíssem. "O conflito na Somália será resolvido. Estamos exortando nossos irmãos em conflito armado a se juntar a nós na construção da paz", afirmou ele ao Parlamento. "Governaremos o povo somali com honestidade e justiça, e devolveremos a ele os seus direitos." Ahmed foi empossado em um hotel em Djibuti na manhã deste sábado, após uma eleição de legisladores que avançou durante a madrugada. Sua tarefa imediata é tentar construir um governo de unidade --a 15a tentativa do tipo desde que a Somália entrou em anarquia com a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991. Sua eleição foi realizada em Djibuti devido à instabilidade no país. Mas os legisladores têm a esperança de que elegeram o homem capaz de isolar ou possivelmente causar unificação com insurgentes radicais, mesmo que a violência possa continuar no curto prazo. Apesar da retirada das tropas etíopes nesta semana, e do processo de paz da ONU em Djibuti com o objetivo de reconciliar o governo e a oposição, insurgentes islâmicos liderados pelo Al Shabaab prometeram continuar lutando. O Al Shabaab, que está na lista de Washington de grupos terroristas estrangeiros, afirmou pouco antes da votação que iniciará uma nova campanha de ataques contra o governo, seja qual fosse o vencedor da eleição.

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