Líder rebelde centro-africano vai nomear governo de partilha de poder

PUBLICIDADE

Por PAUL-MARIN NGOU
Atualização:

Um líder rebelde da República Centro-Africana se comprometeu a nomear um governo de partilha de poder após conquistar o controle da capital Bangui e declarar-se presidente, no domingo, disse um porta-voz, numa tentativa de acalmar a pressão internacional contra o golpe. A tomada do poder pela coalizão rebelde Seleka --o mais recente de uma série de golpes e rebeliões desde que a nação rica em minerais obteve a independência da França, em 1960-- foi rapidamente condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Africana. Estados Unidos, França e a liderança regional Chade apelaram ao líder da Seleka, Michel Djotodia, para respeitar os termos de um acordo de partilha de poder assinado em janeiro na capital do Gabão, Libreville. O acordo tinha criado um governo a ser formado por líderes rebeldes, a oposição civil e partidários do ex-presidente François Bozizé. A negociação foi liderada pelo primeiro-ministro Nicolas Tiangaye, ex-advogado e membro da oposição civil. "Vamos respeitar o acordo de Libreville: uma transição política de 2 a 3 anos antes das eleições", disse o porta-voz da Saleka, Eric Massi, por telefone. "O atual primeiro-ministro permanece e o gabinete será um pouco modificado". Massi disse que a capital Bangui estava calma na manhã de segunda-feira, embora a Seleka ainda estivesse tentando conter os saques esporádicos que começaram no domingo, após a queda de Bozizé. A Seleka, uma coalizão de cinco grupos rebeldes, cujo nome significa "aliança" na língua Songo, acusou Bozizé de quebrar o acordo de janeiro ao não incluir seus combatentes no Exército. Eles iniciaram o golpe na quinta-feira, rapidamente varrendo o sul até tomarem a capital, passando por uma força sul-africana de 400 soldados que tentou defender Bangui. Uma testemunha da Reuters disse que ao menos nove sul-africanos foram mortos, em um revés para os esforços da África do Sul de projetar sua influência na região. (Reportagem adicional de Ange Aboa, em Yaoundé, e Thomas Leigh, em Paris)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.