Líderes asiáticos querem que Mianmar encerre violência sectária

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Por PRAK CHAN THUL
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Líderes do Sudeste Asiático pressionarão Mianmar para resolver a violência entre budistas e a minoria muçulmana, disse uma autoridade regional sênior neste domingo, depois que tumultos deixaram diversos mortos e cerca de 100.000 pessoas desalojadas desde junho. O presidente do Mianmar, Thein Sein, culpa os nacionalistas e extremistas religiosos pelo tumulto em junho e outubro que matou ao menos 167 pessoas, mas foi criticado por não abordar as tensões no Estado de Rakhine, onde cerca de 800.000 muçulmanos rohingya não têm a cidadania reconhecida. "Oitocentas mil pessoas estão agora sob enorme pressão", disse a jornalistas Surin Pitsuwan, secretário-geral da Associação dos Países do Sudeste Asiático (Asean, na sigla em inglês), durante uma cúpula regional na capital cambojana, Phnom Penh. "Se essa questão não for abordada da maneira certa e eficaz, há um risco de radicalização, há um risco de extremismo", disse. Surin disse esperar que líderes da Asean levantem a questão com Mianmar, que é um membro do bloco, durante conversas bilaterais. Os líderes estavam comprometidos em reduzir conflitos internos ao passo que o grupo segue em direção a uma integração econômica até 2015, ele disse. Depois de uma semana de violência em junho, que matou ao menos 80 pessoas em duas cidades, a agitação no final de outubro se espalhou por parte do Estado. Testemunhas disseram que grupos de budistas étnicos rakhine atacaram vilarejos muçulmanos com coquetéis molotov, espadas e armas. Perto de 4.700 casas foram destruídas em 42 vilarejos, segundo números do governo compilados por agências da ONU. Mais de 97 por cento das 36.394 pessoas que fugiram do último episódio de violência são muçulmanos, segundo as estatísticas oficiais. Muitas agora vivem em acampamentos, juntando-se aos 75.000 rohingya desalojados em junho. Outras fugiram para Bangladesh, Tailândia e Malásia em barcos frágeis, dois dos quais afundaram com cerca ade 150 pessoas a bordo.

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