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Livro de atas detalha ação do PCC em cadeias de SP

Por AE
Atualização:

Como se fosse uma empresa, o Primeiro Comando da Capital (PCC) não tem apenas ?contrato social? - a sua constituição criminosa com 16 artigos - que dita as regras para seus ?empregados? dentro e fora dos presídios. A facção também elabora relatórios disciplinares. Neles são registradas as punições, ou seja, ?suspensões do serviço? e as exclusões, espécie de ?demissões por justa causa?, de seus integrantes ou ?irmãos? (chamados de ?I? nos textos dos relatórios). Todos os casos são julgados por um ?conselho?. E a decisão é tomada seguindo a vontade da maioria dos votos. O Jornal da Tarde teve acesso a dois relatórios disciplinares do PCC. São como atas internas. Uma delas trata da punição imposta a um preso e outra registra a expulsão de um detento dos quadros do ?partido do crime?, como a facção é chamada por seus adeptos. Os documentos foram apreendidos no mês passado numa cela do Centro de Detenção Provisória 2 (CDP) do Belém, na zona leste de São Paulo, durante blitz realizada por agentes penitenciários. Os funcionários responsáveis pelas apreensões ficaram surpresos com o grau de organização da facção criminosa. Todas as decisões tomadas pelos criminosos do PCC, principalmente nas cadeias, são anotadas, como em um livro de registros. A primeira ata relata a exclusão do preso Edmilson Francisco Guimarães dos Santos, o Toco, recolhido no raio (ala) IV do CDP 2 do Belém. No relatório consta que Toco usou dinheiro do PCC em benefício próprio. Durante um interrogatório, o preso teve o direito de se defender, mas acabou excluído por unanimidade. Outro relatório trata da suspensão, ou "gancho", de 90 dias do preso conhecido como Borogue, do CDP 2 de Osasco. Nesse período, ele ficou isolado dos integrantes da facção. Consta na ata que Borogue agrediu o detento Pilas, que beijou, em dia de visita, a irmã de um preso recém-chegado. O beijo em visitas alheias é proibido e considerado falta de respeito. Por causa da briga, Borogue, o agressor, foi punido. As informações são do Jornal da Tarde.

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